O ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro se manifestou pela primeira vez após um homem ser morto depois de ter o carro em que estava com a família ter sido fuzilado com 80 tiros por militares do Exército. Moro classificou o episódio como “incidente trágico” e que esses fatos podem acontecer.
“Foi um incidente bastante trágico. Lamentavelmente esses fatos podem acontecer. Não se espera, não se treina essas pessoas para que isso aconteça, mas tendo acontecido, o que conta é o que as autoridades fazem a respeito, quais são as providências tomadas e o Exército está tomando as providências cabíveis”, disse o ministro em entrevista veiculada no programa Conversa com Bial da TV Globo na madrugada de hoje (10).
Moro ressaltou que os militares foram presos pelo Exército e que as apurações já estão sendo realizadas com a devida cautela que o caso necessita. O ministro defendeu também que os envolvidos sejam punidos caso as investigações apontem um “incidente injustificado”.
Ainda no tema de punição aos envolvidos, Sergio Moro afirmou que o caso está sob a tutela da Justiça Militar e refutou possíveis desconfianças sobre a Corte.
“Está na esfera da Justiça Militar que tem um histórico de apuração, não tem nenhum motivo para desconfiar que ela não vai fazer o trabalho correto como vem fazendo. Nós observamos o trabalho que está sendo realizado e pelo o que eu vi tudo está sendo cuidado com extrema cautela”, declarou.
Por fim, o ministro disse ter entendido que o fato não se tratou de uma legítima defesa por parte dos militares, o que poderia atenuar uma possível pena de acordo com as regras propostas no pacote anti-crime enviado ao Congresso Nacional.
“Não tem nada a ver com o pacote, que diz que havendo uma situação de legítima defesa, se há um excesso e se esse excesso foi utilizado com base na violenta emoção (pode atenuar a pena). Pelo o que eu entendi do episódio, destacando mais uma vez que está em apuração pelo Exército, aparentemente não teria havido uma situação de legítima defesa”, destacou.
Até o momento, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) não se manifestou sobre o caso.
Fonte: O Tempo