«

»

ago 15 2013

É UMA VERGONHA A NEGOCIAÇÃO PARTIDÁRIA

 RENATO RIELLA

As manifestações de rua dos últimos meses têm como principal característica a rejeição aos partidos políticos, que foram escorraçados, mas não aprenderam nada com isso. Pelo contrário, até pioraram.

A situação de Brasília, uma cidade com extrema visibilidade nacional, demonstra isso muito bem.

Neste momento, é dado como certo que o ex-senador Luiz Estevão está se apoderando do PRTB, um partido que tem um dono nacional chamado Levy Fidelis e que vive há décadas negociando os rumos da sigla com figuras abonadas.

Consta que o ex-senador Paulo Octávio está em vias de dominar o PP, com o afastamento do distrital Benedito Domingos, que ficará dedicado às atividades evangélicas, prestes a abandonar a política, onde corre risco de perder o mandato por causa de condenação judicial.

No entanto, o caso mais grave é o do PR. Este partido faz parte da base aliada do governo Agnelo, ocupando a Secretaria do Trabalho, onde o Bispo Renato Andrade atua bem, tendo sido muito bem votado na última eleição de deputado distrital.

Além disso, o PR tem na sua presidência local um deputado federal eleito, Ronaldo Fonseca, também oriundo da área evangélica, entre outros nomes.

Mesmo com esse quadro favorável, o dono nacional do PR é o famigerado deputado Valdemar Costa Neto, prestes a ser preso pela condenação que sofreu no Supremo Tribunal Federal dentro do processo do Mensalão.

É dado como certo, com diversas publicações na imprensa, que este tal Valdemar negociou o PR do DF com o ex-governador José Roberto Arruda, que busca uma sigla para atuar nas próximas eleições (não creio que seja candidato, mas quer tentar eleger uma bancada própria).

Se Arruda assumir o PR, Ronaldo Fonseca e o Bispo Renato sairão. O partido estará abrindo mão de votos consolidados e até de um mandato de deputado federal, por causa de uma negociação suspeita.

É assim que sobrevive o quadro partidário brasileiro, condenado por milhões de brasileiros nas manifestações de rua.

Como fazer eleição em 2014 com partidos tão desmoralizados? Foi levantada a necessidade de uma reforma política, mas no meio de discussões equivocadas sobre constituinte exclusiva e plebiscito, nada aconteceu.

Corremos o risco de ter um ano eleitoral muito violento em 2014, pois o povo não admitirá a manutenção desse quadro suspeito. Por isso mesmo, nos últimos dias, as manifestações estão muito dirigidas às casas legislativas, com ocupação de espaços por jovens. Não dá para aceitar distorções tão graves nos partidos.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode usar estas tags e atributos HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*