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nov 02 2015

EI, VOCÊ, JÁ TOMOU BELISCÃOZINHO DE UNHA?

Tive uma tia, Aurora, que levou mais de 50 anos prestando socorro espiritual a milhares de pessoas, pobres e ricas, em Salvador.

Foi a famosa Tia Aurora da Pituba, à qual os padres mais jovens se confessavam, na falta de confiança nos velhos de batina. E ela ouvia a confissão, com grande bom humor, perdoando todos os pecados. Era uma mulher acima do bem e do mal.

Há cinco anos, na missa de sétimo dia de minha mãe, duas velhinhas me procuraram, relatando milagres atribuídos a Aurorinha, nossa santinha de família (me sinto muito protegido).

Aurora, a pessoa mais sem pecados que conheci (e de maiores valores), levou lá pra cima pequenos remorsos por minha causa.

Fui algumas vezes passar férias com ela na cidade de Senhor do Bonfim, no sertão. Era fantástico! Com seis ou sete anos, eu ficava alucinado com a liberdade total.

Aurora não conseguia me botar pra tomar banho nem pra dormir, e perdia a santidade. Nesses instantes de fúria quase divina, ela me aplicava beliscões de unha, fininhos, sem deixar marca, e me enquadrava na dor. Ai! Tá doendo! É pra doer mesmo, seu molequinho!

Pôxa, Aurora! Está perdoada! E me defenda por aí, pois estou sempre precisando de um empurrãozinho aqui em baixo.

(Observação: minha neta Cecilinha (7) herdou a inquietação do avô. Outro dia, de brincadeira, dei um beliscãozinho de unha nela, bem leve e bem merecido. Foi uma revolta! Os tempos são outros…) RENATO RIELLA

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