RENATO RIELLA
A Câmara Legislativa do DF é uma das poucas casas Parlamentares no Brasil que eliminou o voto secreto, inclusive para a cassação de parlamentares. E, inclusive, para a eleição da sua Mesa Diretora.
Assim, até a madrugada de amanhã, prevê-se que os 24 deputados distritais terão trabalho árduo para eleger pelo voto aberto o presidente da Casa para o biênio 2013/2014, além da escolha dos demais integrantes de cargos de direção (vice-presidente, secretários, etc).
Permanece a proposta bancada pelo governador Agnelo Queiroz de eleger o petista Wasny de Roure como presidente, tendo Agaciel Maia como vice. Se o voto fosse secreto, essa chapa teria dificuldade para se viabilizar, pois acordos partidários de bastidores poderiam oferecer surpresa, como aconteceu com a surpreendente eleição de Fábio Barcelos no governo Roriz.
Mesmo com grande chance de vitória, a chapa oferecida pelo governador Agnelo enfrenta resistências, partidas do PMDB, por exemplo. O vice-governador Tadeu Filippelli, presidente do PMDB-DF, abandonou o seu estilo discreto e demonstrou publicamente insatisfação com a imposição pelo PT de um candidato a presidente.
Secretários como Alírio Neto (Justiça – PEN) e Cristiano Araújo (Desenvolvimento Econômico – PTB) estão reassumindo momentaneamente suas cadeiras na Câmara Legislativa para poder votar, ambos tendo esperança de, na última hora, serem a solução para a disputa da presidência da Casa.
Há desgaste político no relacionamento do governador Agnelo com todas essas áreas. A recomposição só se dará depois de eleita a nova Mesa da Câmara, mas vai depender de muitos entendimentos posteriores.
Em resumo, a eleição no Poder Legislativo transformou-se numa crise política, sem definição clara das consequência.