Em meio a tanta desilusão no Brasil atual, faço uma constatação que pode gerar parcela de otimismo – talvez ilusão.
Digo que não escaparemos da convocação de eleições gerais nos próximos meses. Será a última saída, quando tudo desmoronar.
Vejam que os comandos do Senado e da Câmara Federal estão condenados em todos os níveis, inclusive nas vice-presidências dessas Casas.
Nos estados, a fraqueza dos governadores exprime o estado de calamidade geral.
Vemos que as delações premiadas devem comprometer seriamente centenas de deputados e senadores, que permanecerão na ativa como verdadeiros zumbis.
No Executivo, o presidente interino Michel Temer será solapado por referências diversas na Lava-Jato. E diversos dos seus ministros terão de ser substituídos, sufocados por denúncias.
Não dá para confiar nos tribunais superiores, que praticamente deixam o barco correr solto, sem agir com a presteza minimamente necessária.
Temos alguma perspectiva boa? Sim!
Em setembro, a ministra Carmen Lúcia assume a presidência do Supremo Tribunal Federal, dando novo rumo à Justiça maior no Brasil. Pode botar pra quebrar! Será?
Em fevereiro, o Congresso Nacional elege novos dirigentes. As perspectivas mais visíveis vão de “boa” a “razoável”.
No Senado, está praticamente certo que o futuro presidente é o cearense-brasiliense Eunício Oliveira, que tem conseguido se manter vivo em meio a tantas denúncias.
Eunício poderá imprimir uma administração moderna ao Senado, com visão empresarial, pensando no desenvolvimento do Brasil – se não for atingido por alguma bala perdida.
Na Câmara Federal, fico contente de ver boatos dizendo que o futuro presidente poderá ser o brasiliense Rogério Rosso.
Eunício e Rosso, se representam mudança, por outro lado terão graves dificuldades para dirigir a Câmara e o Senado, cujos plenários virarão verdadeiros Conselhos de Ética.
Em 2017, diariamente, serão julgados centenas de parlamentares trambiqueiros, denunciados na Lava-Jato e em outras operações policiais. Como trabalhar neste clima?
Assim, nesse quadro tenebroso, se houver a decisão traumática de se fazer eleições gerais, nós brasileiros teremos chance de corrigir nossos erros, votando melhor. E os trambiqueiros que sejam presos.
É a última esperança. Ilusão? (RENATO RIELLA)