O Governo do DF, diante da crise gerada pelo aumento da passagem dos ônibus e do Metrô, decidiu que o sistema de transporte público coletivo brasiliense passará por uma avaliação criteriosa, para tirar todas as dúvidas.
Foi publicada no Diário Oficial do DF a dispensa de licitação para contratar a instituição que fará o processo de avaliação, com duração de seis meses.
Na verdade, o povo quer saber: por que o ônibus de Brasília é o mais caro do Brasil?
Para verificar isso, serão estudados os contratos e a atuação das cinco empresas ganhadoras da licitação, feita em 2011, que dividiu o atendimento do transporte coletivo em bacias.
“Isso vai nos fazer entender como está funcionando o sistema”, resume o secretário adjunto de Mobilidade, Dênis de Moura Soares.
Os relatórios técnicos avaliarão, entre outros itens, o fluxo de caixa, os investimentos e a relação de custos e despesas das concessionárias.
Com a avaliação independente do setor, será possível, de acordo com o secretário adjunto, ter precisão sobre a tarifa necessária para custear o sistema.
No entanto, ele pode ter uma surpresa amanhã (quinta), quando quase certamente a Câmara Legislativa vai suspender o aumento de passagens autorizado no dia 1º de janeiro.
“Hoje, o que nós temos de disponibilidade orçamentária é insuficiente, se mantivermos o valor original”, explica. “Se, com essa avaliação, identificarmos que foi pago a mais, vai ser feito o equilíbrio do contrato” – disse o secretário.
Outro ponto será a análise do mecanismo de bilhetagem automática para checar dados, como transparência e precisão das informações.
Nesse sentido, será feito estudo de campo para a comparação da demanda real com a que é registrada atualmente. “Conseguiremos ver exatamente as falhas existentes para corrigi-las”, diz Soares.
O processo, que teve o auxílio da Controladoria-Geral do DF para desenvolvimento do termo de referência, avaliará também a qualidade do serviço prestado à população. A instituição contratada será a Fundação Getulio Vargas, e o investimento será de R$ 4,8 milhões.
As cinco empresas vencedoras da licitação de 2011 são a Piracicabana, a Pioneira, a Marechal, a Expresso São José e a Urbi. Todos os contratos têm duração de dez anos.