O presidente da Setal Engenharia e conselheiro da Toyo Setal, Augusto Mendonça Neto, afirmou à CPI da Petrobras que havia uma lista limitada a 16 empresas que eram as únicas convidadas a participar de licitações para contratos com a Companhia.
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o empresário explicou que o “clube” se tornou um esquema efetivo com o envolvimento dos ex-diretores Paulo Roberto Costa e Renato Duque.
“Lá para 2005 e 2006 o grupo ganhou efetividade, tinha mais condição de funcionar a partir do instante que houve uma combinação com diretores da Petrobras”, explicou. “Acredito que as companhias participavam muito mais por medo do que por vantagem”, completou o presidente da Setal Engenharia.
Em defesa da estatal, Mendonça Neto confirmou que apenas Paulo Roberto, Renato Duque e Pedro Barusco, na Diretoria de Serviços, estavam envolvidos no esquema.
“Estamos assistindo hoje a Petrobras sendo massacrada com a imagem muito arranhada como se parecesse uma companhia de segunda categoria, repleta de gente corrupta. Na verdade é completamente o inverso. Tive uma participação longa com a Petrobras e o único contato com corrupção foi com essas três pessoas que citei”, frisou.
Augusto Mendonça Neto é um dos delatores do esquema de corrupção da estatal investigado pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF). Em depoimento à PF, o empresário confirmou que pagou propina em valores entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões aos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque.