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dez 15 2013

empresas não poderão financiar campanhas eleitorais. Isto é um choque!

 RENATO RIELLA

Já acompanhei a eleição de centenas de candidatos, a todos os cargos, desde 1990, quando me iniciei nesta função. Mesmo assim, não consigo prever o que acontecerá em 2014, quando o Supremo Tribunal Federal vai concluir polêmica votação, proibindo a doação de empresas para as campanhas eleitorais.

De saída, percebo a dificuldade dos candidatos à Presidência da República, que não podem fazer campanhas baratas, pois precisam percorrer um país tão grande. Baseados em doações de pessoas físicas (brasileiros talvez ricos), terão de baratear muito tudo, todos os gastos.

Sabem quem leva vantagem com isso? A presidente Dilma Rousseff, que poderá aparecer em viagens oficiais, fazendo uma campanha desleal em relação aos demais.

Além disso, nomes como Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) têm nível de conhecimento ainda baixo no território nacional. Com pouco dinheiro, dificilmente conseguirão ficar conhecidos pelos brasileiros das cinco regiões.

Dilma leva vantagem, mas precisará tomar muito cuidado, pois a Justiça Eleitoral estará vigilante, punindo abusos. No entanto, assegurando a coligação com o PMDB, ela contará com quase metade do tempo gratuito de TV, o que é outra enorme vantagem.

É claro que todos os candidatos terão de gastar menos nas produções dos programas de rádio e TV, mas tudo se torna mais viável para quem tem uma máquina oficial de comunicação de alto nível, como é o caso da presidente Dilma.

Nos últimos tempos, temos visto algumas novidades surpreendentes nas eleições. A maior de todos, até então, era a Lei da Ficha Limpa. No entanto, quando o STF decidir cortar a grana empresarial nas campanhas, estará dando um verdadeiro tratamento de choque nos políticos.

Sinceramente, ainda não consigo prever o que acontecerá. Como mudar repentinamente uma cultura de gastos políticos cada vez mais elevados?

Por outro lado, marqueteiros e produtoras de vídeo vão ganhar menos, muito menos. Sem dúvida, teremos uma eleição diferente, mas o chamado caixa-dois ainda vai prevalecer, aumentando o risco dos candidatos mais abusados.    

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