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jun 18 2016

ENTENDA O DRAMA DO RIO A PARTIR DA PETROBRAS

CEZAR MOTTA

A crise do Estado do Rio tem vários culpados, a saber: Sérgio Cabral, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, Edison Lobão e toda a quadrilha de criminosos que comandava o Brasil e o Rio de Janeiro em 2010.

Vamos lá, começando pelo petróleo: Em 2010, usando de toda a sua estupidez ideológica, o governo Lula decidiu mudar o regime de exploração de petróleo do pré-sal, nos poços ainda a ser explorados.

Em vez do eficaz modelo de concessão por leilões, instituído em 1997, e que garantia aos estados e municípios royalties para compensar o baque demográfico e ambiental, criou-se o regime de partilha, em que a Petrobras ficou obrigada a participar da exploração de todos os poços, com um mínimo de 30% em cada um.

Tiro na água. Os investidores sumiram e a exploração de novos poços parou, porque ninguém quis investir. E a Petrobras quebrou, saqueada pelos escroques que conhecemos.

O governo capitalizou a Petrobras, por meio de um complexo sistema em que vendia à própria empresa os cinco bilhões de barris a que tinha direito em todo o pré-sal, por um preço baixíssimo, oito dólares e 51 centavos.

A empresa aumentou o próprio capital de forma artificial, endividou-se internacionalmente até à alma, foi saqueada, roubada em grande escala pela quadrilha comandada por Lula, o preço internacional do óleo desabou.

A Petrobras passou de quinta petroleira do mundo à rabeira do ranking.

Quando os quatro projetos enviados ao Congresso pelo governo para mudar o regime de exploração eram votados, em 2010, veio uma surpresa: o deputado gaúcho Ibsen Pinheiro (PMDB), enfiou uma emenda que dividia em partes iguais para todos os estados e municípios do país os royalties a que tinham direito estados e municípios produtores.

Quais foram os maiores prejudicados? O Rio de Janeiro e o Espírito Santo, que tinham nos royalties uma parte fundamental de seu orçamento.

Perderam cidades como Campos, Macaé, Rio das Ostras e as outras que recebiam o dinheiro.

O debate no Congresso foi intenso. Houve um dia em que eu e a jornalista Ester Monteiro, que dirigia a Rádio Senado, fomos chamados ao gabinete do líder do PT, Aloizio Mercadante, que tinha queixas sobre o espaço que o partido e o governo tinham na Voz do Brasil. Ao fim da conversa, perguntei a ele:

— O PT e o governo são a favor da divisão dos royalties, conforme a proposta de Ibsen?
— Claro que sim – respondeu Mercadante.
— Mas senador, até a sua cidade, Santos, será prejudicada. Os royalties são uma compensação pelo desastre ambiental, demográfico e social que a exploração do petróleo causa a uma cidade!
— Isso é bobagem. Você acha que vamos deixar ladrões como Garotinho roubarem todo o dinheiro dos royalties? Você acha que aqueles prefeitos do Estado do Rio investem mesmo o dinheiro na comunidade, ou roubam tudo?

Não adiantou argumentar que não se poderia mudar uma regra por causa de um grupo de políticos, que a compensação dos royalties era um princípio justo.

A arrogância natural do petista, a certeza de que jamais sairiam do poder no país, tudo isso prevaleceu.

Enquanto isso, Sérgio Cabral concedeu a tubarões do Rio de Janeiro isenções fiscais absurdas. A título de “incentivo fiscal”, renunciou a algumas centenas de milhões de reais de ICMS que deveriam ser cobrados de grandes empresas.

E, é claro, concedeu a si próprio “incentivos” dessas empresas. Aumentou salários do funcionalismo de forma irresponsável.
Essa foi a fórmula do desastre, sob aplausos de trouxas e idiotas ideológicos do PT, do PDT e de outros partidos “de esquerda”, que desconhecem o que seja matemática, racionalismo administrativo, gestão pública. Tolos que acham que tudo se resolve à base de canetadas e da ideia de que “os fins justificam os meios”…

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