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ago 15 2014

ENTENDA O PAPEL DA MARINA SILVA NO MOMENTO POLÍTICO ATUAL

RENATO RIELLA

A morte do candidato a presidente Eduardo Campos (PSB) em acidente aéreo traz de volta ao cenário político a ex-petista Marina Silva. Ela submergiu quando não conseguiu registrar, antes do período eleitoral, o seu sonho de partido chamado Rede.

A grande pergunta que os analistas políticos fazem no momento é se Marina, sendo confirmada como candidata a presidente pelo PSB, conseguirá resgatar cerca de 20% de votos que potencialmente tinha, antes de virar apenas candidata a vice na chapa de Eduardo Campos.

Quando Marina ficou fora da lista de candidatos a presidente e decidiu apoiar Eduardo Campos, mostrei de forma insistente neste BLOG que ela conseguiria transferir apenas pequena parte dos votos dirigidos à sua pessoa.

Na verdade, disse com clareza, muitas vezes, que a presidente Dilma seria a grande beneficiada com a retirada do nome de Marina. E assim aconteceu.

Se Marina tivesse registrado o seu partido a tempo, hoje teríamos certeza absoluta da existência de segundo turno nas eleições presidenciais.

Enfrentando Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), o staff de Dilma ainda tinha esperança de que, com o dobro do tempo de TV na propaganda gratuita, Dilma conseguiria subir para cerca de 40%, matando a eleição no primeiro turno, no dia 5 de outubro.

E agora, com Marina como candidata a presidente?

Esta passa a ser a grande pergunta, mas de cara pode ser dito que Dilma perde alguns pontos nas pesquisas, assim como Aécio. Muitas pessoas que gostam de Marina podem mudar de voto, a seu favor, alterando o equilíbrio até aqui verificado nas pesquisas. Antes se via que o percentual de votos de Aécio e Campos, na soma, não ultrapassava os 38% de Dilma.

COM MARINA, SEGUNDO TURNO NA CERTA

É assim que devemos ver o atual momento político. De cara pode ser dito que Marina, como candidata, garante a existência de segundo turno nas eleições. Esta é a grande certeza que o staff da presidente Dilma começa a reconhecer.

Quanto à possibilidade de Marina Silva estourar como candidata a presidente, após essa grande virada, é uma grande incógnita.

No entanto, pode ser dito, com frieza, que sua performance vai depender de algumas situações e alguns comportamentos.

Por exemplo, todas as lentes da mídia estão focadas nela. O povo acompanha cada gesto seu, em meio a essa longa tragédia de Eduardo Campos, cujo corpo ainda está retido no Instituto Médico Legal e não se sabe ainda quando poderá ser sepultado.

Por ironia do destino, a liberação do corpo de Eduardo depende de um tucano, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

No longo processo do funeral, se Marina chorar demais ou se chorar de menos, perde votos. Se falar demais em tom religioso, excessivamente evangélica, perde votos.

Se Marina entrar em crise dentro do partido, é melhor desistir de ser candidata. Se tiver um candidato a vice ruim, pode se enfraquecer. Realmente, o PSB não tem nome visível para compor a chapa com Marina.

ROLLEMBERG SERIA ÓTIMA OPÇÃO

Na verdade, o PSB tem um grande nome, talvez o único, para candidato a vice-presidente. É o seu líder no Senado, o brasiliense Rodrigo Rollemberg, amigo da Marina e pai da chapa formada com Eduardo Campos, pois foi quem apresentou os dois no início deste ano.

No entanto, Rodrigo Rollemberg é a esperança do PSB na eleição brasiliense. Com a provável impugnação do condenado José Roberto Arruda, o PSB tem quase certeza de que Rodrigo disputará um segundo turno viável com o governador Agnelo Queiroz na eleição brasiliense.

E como arranjar dentro do PSB um nome tão bom quanto o de Rodrigo Rollemberg para acompanhar Marina? Sinceramente, não vejo ninguém viável. Vão acabar escolhendo um anônimo pernambucano, sem personalidade para conter os “exageros” fatais de Marina Silva.

O quadro é este, se a gente deixar de lado a comoção que a morte de Eduardo Campos causou na população brasileira. Mas isso foi dias atrás.

Agora, o assunto é mesmo a sucessão presidencial, imprevisível e desafiante.

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