RENATO RIELLA
Há uma semana, corre no Facebook uma cena chocante. Saiu na TV imagem pela qual, na chegada do Papa Francisco ao Brasil, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, subiu em direção ao estrado onde o visitante situou-se, tendo ao lado a presidente Dilma.
Na filmagem de TV, vê-se claramente que Joaquim apertou a mão do Papa e passou ao lado da presidente sem cumprimentá-la. Esta cena foi multiplicada milhões de vezes no Facebook, nos últimos sete dias, com grande desgaste para o presidente do STF.
Depois disso, ele deu entrevista dizendo-se discriminado por ser negro e deve ter acelerado com isso todas as suas mágoas. Gente de todo tipo tem atacado Joaquim Barbosa no Facebook. Ele foi acusado de discriminar uma mulher, “com quem não se bate nem com uma flor”, etc. Divulgou nota pela assessoria do Supremo, tentando defender-se, mas não adiantou.
Passado tanto tempo, a presidente Dilma apareceu hoje na Folha de São Paulo dizendo que tem ótima relação com o presidente do STF. Explicou que, enquanto esperavam o Papa chegar, conversou com Joaquim durante longo tempo, no Rio de Janeiro.
E esclarece: na verdade, perante Francisco, Dilma teria feito apresentação de Joaquim Barbosa e por isso não necessitava que ele apertasse sua mão.
Está certo! Dá para acreditar nessa versão. Mas por que demorou tanto tempo?
Para explicar essa demora, de grande prejuízo para Joaquim Barbosa, há duas hipóteses:
-Primeiro, a de que Dilma queria vê-lo sangrando em praça pública, via Facebook.
-A outra hipótese é preocupante: pode ser que Dilma Rousseff continue desinformada do que corre de mais grave no Facebook.
Lembremos que essa rede social tem sido o principal instrumento para agitar as massas nas manifestações de rua. Meses antes de junho, neste BLOG, alertei para o potencial de mobilização latente na principal rede social do Brasil.
Se for assim, o país continuará sendo virado de cabeça para baixo sem que a presidente saiba. Tá mal!
