RENATO RIELLA
A semana começa com a volta do governador Agnelo Queiroz a Brasília e um grande dilema: o GDF dará habite-se para a inauguração, no próximo dia 16 (sábado), do Shopping JK? Este é um empreendimento construído pelo empresário Paulo Octávio, numa imensa área entre Taguatinga e Ceilândia.
Se o administrador de Taguatinga teve nessa obra a principal motivação para ser preso, como poderá o governador Agnelo emitir um habite-se, em meio a investigações gravíssimas que envolvem a própria Polícia Civil do GDF, o Ministério Público e a Justiça do DF?
O Correio Braziliense tem acompanhado com eficiência o caso, o que até surpreende, sabendo-se das limitações políticas e empresariais habituais no DF. E a população brasiliense, muito bem informada sempre, está de olho em qualquer decisão a ser tomada pelo governador.
A situação é grave. Paulo Octávio argumenta, provavelmente com algum exagero, que investiu R$ 450 milhões no shopping, em parceria com 192 lojistas, que também investiram no empreendimento e lutam pela inauguração a tempo de poderem vender muito no Natal.
As pressões sobre Agnelo serão fortes, principalmente dos lojistas, que teoricamente não têm culpa caso fique provado que o alvará de construção do Shopping Jk foi fraudado. Mas o governador não pode desconhecer que a sua própria Polícia e o Ministério Público fazem acusações gravíssimas sobre esta obra.
Daí, temos de aguardar ao longo da semana o que vai acontecer, até porque sabemos que o Brasil é o país da impunidade. Até quando?