LEONARDO MOTA NETO
Especialista em financiamento de campanhas eleitorais informaram à CARTA POLIS que apenas 30% das doações incluídas nas planilhas da Odebrecht devem ser consideradas ilegais ou propinas distribuídas aos políticos.
Isto porque, segundo ele, 70% são doações oficiais registradas na Justiça Eleitoral e dentro das margens legais permitidas para as campanhas políticas. Suas contas vão bater exatamente com o que consta das planilhas.
Os outros 30%, a parte tida como ilegal, dividem-se, ainda de acordo com esses especialistas, em dois grupos.
O primeiro é o do caixa 2, no qual os recursos são recebidos com dinheiro lavado e não contabilizado, indo direto para o bolso do candidato ou do tesoureiro de sua campanha.
Os governadores que recebem contribuições em caixa 2 são por conta de pagamentos por conta de comissões por obras de infraestrutura, como portos, realizadas nos estados pela Odebrecht e outras empreiteiras que mantêm tais políticos nas suas folhas de contribuições
O segundo grupo é o da propina propriamente dita, no qual os políticos recebem como parte de acertos que nada têm a ver com campanhas eleitorais, por conta da indicação de dirigentes de estatais, que acertam suas contrapartidas através de pagamentos mensais.
Quem paga, no caso a Odebrecht, não fica discriminando os três casos, doações oficiais, caixa dois e propinas. Apenas paga. A lista juntou todos no mesmo saco.