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mar 20 2015

ESQUEÇAM A ECONOMIA. A CRISE BRASILEIRA É POLÍTICA

RENATO RIELLA

Constantemente, pessoas me perguntam o que vai acontecer no Brasil. Até mesmo gente de fora, que mexe com grandes investimentos, faz esta pergunta difícil.

Digo que Dilma Rousseff provavelmente vai ficar no Planalto até o fim do governo e que o grande problema brasileiro é a permanente crise política – não a crise econômica.

A recente pesquisa do Instituto Datafolha indica isso. Chega a 62% a população que indica “ruim” e “péssimo” para o governo Dilma, mas não devemos esquecer que, para 38%, tanto faz. Barack Obama, neste segundo governo, não anda diferente disso…

Nas manifestações de junho do ano passado, Dilma chegou a ter perto de apenas 30% de aceitação para o seu governo. No primeiro turno, oscilou de 32% a 36% de votação durante muitos meses – mas acabou vencendo a eleição.

O grande problema do Brasil é que o governo Dilma não começou – e talvez dure mais três anos e nove meses se arrastando.

Vejam um fato grave. Fui diretor do Senado no início deste século. O presidente, senador Ramez Tebet, eleito como interventor depois das crises de ACM-Jader-Arruda-etc, me dizia que o Congresso não poderia entrar em recesso se não votasse o Orçamento Federal.

Tebet era rigoroso, procurador de carreira, e encarava essa questão como sagrada. Vemos, no entanto, que depois dele o Orçamento já foi votado com atraso diversas vezes – e os deputados e senadores, impunemente, tiverem longos recessos de verão.

Este ano, mais uma vez, o governo Dilma só terá Orçamento disponível em abril. Nos três primeiros meses, trabalhou com o que tinha – economizando bilhões para tentar produzir um superávit ao final de 2015.

Dilma não tem coordenação política. Dilma não tem estrutura de Comunicação. Dilma tem um ministro da Fazenda (Levy) ainda respeitado, mas o Planalto está esvaziado.

Outro dia alguém sugeriu que Dilma contrate o José Sarney como uma espécie de primeiro-ministro em cargo de confiança.

Pensando bem, se não for o Sarney, por que não o Hélio Doyle…

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