RENATO RIELLA
Já disse aqui, muitas vezes, que praticamente cem por cento do noticiário produzido (quase sempre produzido pelos governos) sobre a Copa do Mundo é negativo. É uma coisa masoquista. Os governadores e a presidente Dilma estão torrando R$ 100 bilhões para apanhar diariamente. Inexplicável! E tome porrada na imprensa todos os dias.
Foi sempre o caso de Brasília. A construção do nosso estádio (por que derrubaram o anterior?) esteve sempre envolta numa polêmica imbecil, desde o famigerado governo Arruda, alimentada por gente burra que esperava eliminar o genial Garrincha do empreendimento.
Nos bastidores dos governos que se sucederam, os mesmos grupos de influência sempre continuaram mandando, passando a ideia de que a Coca-Cola ou 0utro grande grupo poderia “comprar” o nome do novo estádio como jogada de marketing.
Sempre disse aqui que o marqueteiro mais burro do mundo não entraria nessa gelada. E não se pode imaginar que haja marqueteiro burro na Coca-Cola!
A deputada Liliane Roriz foi bem espertinha e faturou essa briga na Câmara Legislativa, aprovando a manutenção do nome Estádio Mané Garrincha. Mesmo assim, usando-se impunemente o santo nome da Fifa, uns e outros voltaram à carga, detonando o anjo das pernas tortas das Copas de 58 e 62.
Finalmente, caiu a ficha. Agora é Garrincha mesmo, tanto que a última mulher desse craque, a cantora Elza Soares, vai cantar o Hino Nacional no primeiro jogo desse novo estádio, que ocorrerá no dia 18 deste mês, encerrando o campeonato local (provavelmente, vão se enfrentar as equipes do Brasília (de Alcoforado) e do Brasiliense (Luis Estevão).
Dito tudo isso, dou de graça uma ideia ao governador Agnelo Queiroz. Sugiro que, sem consultar mais ninguém, imprima na nova arena, com sinalização ampla e agressiva, a marca: ESTÁDIO GARRINCHA. Como disse aquele assessor de Bill Clinton, na campanha eleitoral: “É a economia, estúpidos!” Vale repetir a expressão nesse caso brasiliense, citando o Estádio Garrincha.
Vamos esquecer o Mané e também esta bobagem de “estádio nacional de Brasília”, provincialismo babaca.
Garrincha é o nome conhecido em todo o mundo, ao lado de Pelé, Di Stefano, Maradona e alguns outros.
Uma agência de publicidade razoável pode produzir uma marca gráfica genial, usando a expressão Estádio Garrincha, com dois leves traços, bem sutis, leves e em movimento, reproduzindo o contorno das pernas tortas do craque.
É preciso assumir corajosamente o Garrincha no novo estádio, onde pode ser implantado um museu que imortalize este nome divino do futebol. Isso dá dinheiro, governador! Chega de provocar a opinião pública.