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dez 23 2021

Estados Unidos autorizam pílula anticovid-19 do laboratório Merck para pacientes de alto risco

FDA aprovou o uso emergencial e doméstico da pílula da MSD  — Foto: Merck

A pílula anticovid-19 do laboratório Merck, destinada a pacientes adultos de alto risco, foi autorizada com urgência hoje (23) pela Agência de Medicamentos dos Estados Unidos (FDA), um dia após a autorização de uma pílula semelhante desenvolvida pela Pfizer.

“A autorização de hoje acrescenta um novo tratamento para Covid-19, na forma de uma pílula que pode ser tomada por via oral”, afirmou Patrizia Cavazzoni, cientista da FDA.

Desenvolvido clinicamente pela Merck, um laboratório conhecido como MSD fora dos Estados Unidos e Canadá, o comprimido pode ser tomado dentro de cinco dias desde o início dos sintomas e reduz o risco de hospitalização e morte em 30% entre a população frágil. Ontem, a FDA liberou o tratamento da Pfizer, comercializado como Paxlovid, que reduz o mesmo risco em 90%, de acordo com testes clínicos.

Mesmo com a vacinação ser a principal ferramenta no combate à pandemia, especialistas saúdam a chegada de novos tratamentos orais que deverão, com o tempo, ser facilmente acessíveis nas farmácias, mediante apresentação de receita médica. Os tratamentos anticovid atualmente disponíveis, como anticorpos monoclonais ou remdesivir da Gilead, são administrados por via intravenosa.

Os medicamentos da Pfizer e da Merck, que não têm como alvo a proteína spike do vírus, que ainda está em mutação, devem ser mais resistentes a novas variantes como a ômicron. De acordo com as duas empresas, resultados laboratoriais preliminares apoiam essa hipótese.

A pílula da Pfizer é uma combinação de duas pílulas tomadas duas vezes ao dia durante cinco dias. Esta pílula pode ser administrada a pacientes de alto risco com 12 anos ou mais. O tratamento da Merck, denominado molnupiravir, é administrado em oito doses por dia durante cinco dias, e já foi licenciado no Reino Unido e na Dinamarca. A medicação age entrando no genoma do vírus para causar mutações que limitam sua reprodução.

Embora os ensaios clínicos não tenham detectado nenhum risco importante para os pacientes com os dois medicamentos, o tratamento da Merck era o que mais preocupava. A Agência de Medicamentos dos Estados Unidos não aprovou a pílula Merck para crianças e jovens menores de 18 anos porque esta pode afetar o desenvolvimento dos ossos e da cartilagem. Também não é recomendado para mulheres grávidas, devido ao risco potencial para o feto, mas os médicos podem ignorá-lo se os benefícios superarem os riscos.

Os resultados preliminares, que levaram em consideração apenas uma parte dos participantes do estudo, sugeriram inicialmente uma redução de 50% na taxa de hospitalização e morte em pacientes de risco, um número que acabou reduzido para 30% nos resultados completos.

Os Estados Unidos compraram 3,1 milhões de tratamentos da Merck e 10 milhões de tratamentos da Pfizer. O país enfrenta, dois dias antes do Natal, o rápido avanço da variante ômicron, hoje majoritária no território americano.

Fonte: RFI/AFP

Foto: Merck

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