RENATO RIELLA
A estratégia da presidente Dilma Rousseff, de criar crises políticas artificiais para impedir a promoção dos seus adversários, está dando certo. Pesquisa feita pelo Ibope mostra que ela ganha a eleição em primeiro turno com folga.
Os chamados analistas políticos caem na armadilha da Dilma e abrem imensos espaços para uma falsa crise do Palácio do Planalto Dilma com o PMDB e para as dificuldades da aprovação do projeto da Lei Geral da Internet, que neste momento não interessa a ninguém – nem mesmo ao Palácio do Planalto.
Assim, os principais candidatos a presidente, que são Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), não conseguem espaço na mídia e permanecem desconhecidos da maioria da população.
A presidente Dilma (PT) mantém 43% das intenções de voto, segundo a primeira pesquisa realizada pelo Ibope em 2014. É a mesma taxa obtida no levantamento anterior do instituto, realizado em novembro.
O senador Aécio Neves (PSDB) variou de 14% para 15%. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ficou estável com 7%. Somados, os dois têm quase a metade dos votos da Dilma: 22%.
O Ibope ouviu 2.002 pessoas em 140 municípios. As entrevistas foram realizadas entre 13 e 17 de março.
Se candidatos de partidos nanicos entrarem no páreo, ainda assim Dilma permanece vencendo a eleição no primeiro turno com folga.
Ela vai empurrando as crises com a barriga e a oposição não consegue espaço para abalar o percentual da presidente, que tem permanecido inalterável, mas pode ainda crescer se a Copa do Mundo for bem sucedida e se o ex-presidente Lula entrar na campanha pra valer.
É claro que os adversários podem ameaçar a eleição da Dilma se tiverem ótimas propagandas eleitorais em agosto e setembro, mas até nisso a atual presidente leva vantagem: mantendo o PMDB na sua coligação, ela terá muito maior tempo de TV, equivalente à metade do tempo total dos partidos.
Pode ser que situações novas, como o escândalo da compra da refinaria da Petrobras nos Estados Unidos, abalem a candidata Dilma, mas este é um fato novo, ainda não avaliado. Além do mais, é um assunto que não chega nunca ao povão.