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nov 28 2018

Evangélicos devem definir nome do ministro da Cidadania

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) pediu à bancada evangélica no Congresso para indicar o titular do futuro Ministério da Cidadania, que reunirá os ministérios dos Direitos Humanos e do Desenvolvimento Social. É o procedimento adotado para a definição da ministra da Agricultura, deputada Tereza Cristina (DEM-MS), escolhida pela bancada ruralista, e do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, levado ao trono pela Frente Parlamentar da Saúde.

A bancada evangélica recebeu a delegação de Bolsonaro na tarde de ontem (27). O presidente eleito deu apenas um aviso: o indicado não pode responder a acusações criminais. “Não queremos réu”, afirmou.

Um dos programas mais cobiçados do novo ministério é o Bolsa Família, criado pelo governo Lula e que beneficia mais de 13,5 milhões de famílias. Na conversa com os parlamentares, Bolsonaro disse que auditorias em curso estão identificando várias fraudes no pagamento do benefício. Fiscalizar com mais rigor a aplicação dos recursos é uma das recomendações que o presidente eleito tem para a área social. Na campanha eleitoral, ele prometeu pagar décimo terceiro salário aos beneficiários do Bolsa Família

Não há ainda consenso entre os evangélicos em relação ao nome que será apontado para o Ministério da Cidadania. Mas, numa reunião feita por integrantes do grupo após o encontro com Jair Bolsonaro, os três nomes mais citados foram os dos deputados Marco Feliciano (Podemos-SP), Ronaldo Nogueira (PTB-RS) e Gilberto Nascimento (PSC-SP), considerado há pouco por um influente líder do Legislativo como o favorito.

Reeleito em outubro para o seu terceiro mandato de deputado federal, Gilberto Nascimento teria como trunfo o fato de ser delegado da Polícia Civil e integrar a bancada da bala, conhecida pela sua base social (formada por vários policiais e militares) e pela defesa de soluções de força contra a criminalidade (fim ou flexibilização do Estatuto do Desarmamento, redução da maioridade penal, endurecimento da legislação penal e medidas semelhantes).

Feliciano, porém, é visto como um candidato de peso, inclusive por sua forte proximidade pessoal com Bolsonaro. O seu nome, no entanto, divide a bancada evangélica. Além de trazer à tona alguém que provocou grande polêmica ao assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara, voltando a provocar os ânimos de entidades de defesa dos direitos humanos, a indicação poderia colocar em questão um tema caro para os cristãos mais conservadores. Segundo disse o ator e deputado federal eleito Alexandre Frota (PSL-SP), Marco Feliciano foi seu namorado durante cerca de dois anos.

Feliciano foi acusado de injúria e difamação por ter atribuído o crime de pedofilia a Caetano Veloso.

Tido como o nome mais fraco, entre os cotados, Ronaldo Nogueira, que não se reelegeu deputado, tem como inconvenientes o fato de ter sido ministro do Trabalho durante os governos Dilma e Temer.

Os três nomes cotados têm em comum o fato de pertencerem à Assembleia de Deus.

Identificada com frequência como as bancadas BBB, em referência a bíblia, bala e boi, as bancadas evangélica, da bala e ruralista devem somar perto de 300 deputados e a maioria dos senadores. É esse vasto contingente que Jair Bolsonaro pretende ter como sua principal base de apoio no Parlamento, numa estratégia que alguns aliados questionam, já que frentes setoriais não têm os mecanismos de decisão e a capacidade de articulação dos partidos políticos.

Fonte: Congresso em Foco

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