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jan 24 2017

EXCESSO DE DELAÇÕES NA LAVA-JATO

ALEX SOLNIK

Não seria mais eficaz investigar apenas a delação do Marcelo Odebrecht?

Desde que começou essa história de 77 delatores (número cabalístico?), 800 delações e 200 políticos acusados pela Odebrecht, tive a intuição de que por trás de tudo a intenção é criar uma grande e interminável investigação que vai ser concluída lá pelo ano 2117.

Se até agora uma só delação, a de Delcídio do Amaral, que só acusa meia dúzia de caciques, ainda não foi investigada, quanto tempo vai levar para serem investigadas 800 delações multiplicadas por 200 acusados?

Por que não se conclui antes a do ex-senador, que conta em detalhes como o PMDB de Temer, Renan, Eunício, Cunha, Raupp se apropriou da Petrobrás para financiamento de suas campanhas desde muito antes do primeiro governo Lula?

E continuou atuando no segundo governo de Lula e no primeiro da Dilma?
A resposta é a mesma que ficou famosa na boca do Chacrinha: “Eu não vim para explicar, eu vim para confundir”.

Outra coisa: se as delações por si só não provam nada (como se diz por aí) por que estavam previstas para serem divulgadas pelo próprio Teori em fevereiro, se até lá serão apenas delações ainda não investigadas?

Delação pura e simples vale ou não vale como prova?

Não seria muito mais eficaz investigar apenas uma delação, a de Marcelo Odebrecht? Não foi ele, afinal, quem criou esse esquema de corrupção? Não era ele o chefe?

Então ele sabe muito mais do que os 77 delatores juntos. Ele comandava os 77.
Não seria também muito mais eficaz investigar apenas os caciques do PMDB, uns dez no máximo, que eram os chefes do esquema, em vez de investigar 200 peixes pequenos?

A morte de Teori atrapalha a Lava Jato. Mas não só ela.

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