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dez 30 2013

Existe crise econômica no Brasil ou isso é coisa da oposição?

 RENATO RIELLA
O Brasil pensante encerra o ano de 2013 se perguntando: o país está vivendo uma crise econômica ou, na verdade, há uma pressão pré-eleitoral que gera uma espécie de neurose derrotista?

No último pronunciamento nacional em cadeia de rádio e televisão do ano, a presidente Dilma Rousseff tentou passar para a população uma mensagem de otimismo para 2014. No balanço de 2013, frisou que o país termina o ano “melhor do que começou”, mesmo passando por crises internas e externas.

Em um recado aos “críticos”, a presidente disse que a “instalação da desconfiança” é muito ruim para o Brasil e que uma “guerra psicológica” pode inibir investimentos e retardar iniciativas.

A presidente tem a segurança de manter reservas internacionais de US$ 375 bilhões, contra uma dívida externa de US$ 317,3 bilhões. A dívida externa de curto prazo é de apenas US$ 33,5 bilhões. E a dívida externa pública está abaixo de US$ 70 bilhões. O grosso da dívida externa está localizado em setores não-governamentais, que sabem jogar com este tipo de risco.

No seu pronunciamento, Dilma frisou que o Brasil tem motivos para esperar um 2014 “ainda melhor do que foi 2013”. “Sinto alegria de poder tranquilizar vocês dizendo-lhes que entrem em 2014 com a certeza que o seu padrão de vida vai ser ainda melhor do que você tem hoje, sem risco de desemprego, podendo pagar as prestações, em condições de abrir sua empresa ou ampliar seu próprio negócio”, disse a presidente.

A presidente lembrou do processo de concessões de portos, aeroportos e rodovias que, segundo ela, estão “melhorando a infraestrutura, iniciando a mais ampla, justa e moderna parceria de todos os tempos com o setor privado”.

Dilma acrescentou que, em 2013, o governo viabilizou a exploração do pré-sal, o que vai garantir “fabulosos recursos” para a educação e a saúde. “Estamos fazendo um esforço redobrado nesta área [educação]. Além de garantir mais vagas e mais qualidade em todos os níveis de ensino, aumentamos o número de creches e escolas em tempo integral, universidades e escolas técnicas”, disse.

A presidente disse que o Programa Mais Médicos levou 6.658 profissionais para 2.177 cidades e, em 2014, serão mais 13 mil médicos e 45 milhões de brasileiros beneficiados. No ano marcado pelos protestos de rua, a presidente acentuou que o governo ampliou o diálogo com todos os setores da sociedade. “Escutamos seus reclamos implantando pactos para acelerar o cumprimento de nossos compromissos”, discursou.

Dilma não entrou em detalhes sobre as questões econômicas, pois o povo que assiste TV não entenderia. Ela poderia ter esclarecido a questão da dívida pública, hoje acima de R$ 2 trilhões (contando a dívida externa e a interna). O Brasil pagará cerca de R$ 230 bilhões em 2013 de juros em relação a esta enorme dívida pública, o que reduz a nossa capacidade de investimento. Esta é uma questão a ser atacada e o governo não fala publicamente sobre qual a sua estratégia.

De qualquer modo, é uma posição cômoda a da presidente Dilma, com o desemprego menor do mundo, inflação sobre controle e despertando a confiança dos investidores internacionais, em projetos como Pré-Sal, portos e rodovias, em vias de privatizar também ferrovias.

Além do mais, a oposição eleitoral só conseguirá levar os temas econômicos para o debate aberto se o povo começar a sentir efeitos duros no seu bolso e na sua vida, o que não está acontecendo ainda.

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