É preocupante o isolamento político do governador Rodrigo Rollemberg. Não vemos no Palácio do Buriti a criação de pontes para dialogar com áreas diversas da sociedade.
Falta acesso e credibilidade à equipe do governo. No fim, o governador se desgasta pessoalmente, como aconteceu esta semana quando a segurança barrou no Palácio o acesso do deputado federal Laerte Bessa, que baixou o nível como nunca se viu na política brasiliense.
A novidade ruim é que a Câmara Legislativa derrubou o decreto de Rollemberg contra as greves.
A CLDF aprovou, com 17 votos favoráveis e sete ausências, dois decretos legislativos (195 e 196/2016), de vários deputados, que sustam os efeitos do decreto n° 37.692, do governo local.
O decreto do GDF estabelecia medidas que restringiam o direito de greve dos servidores públicos locais, como corte de ponto e processo administrativo.
Nas galerias da Câmara Legislativa, representantes de sindicatos de servidores do DF, como do Sinpro e Sindireta, comemoraram a votação e aplaudiram as manifestações dos deputados distritais sobre a relevância de aprovação dos dois projetos, com teores idênticos.
Nenhum parlamentar defendeu em plenário a manutenção da vigência do polêmico decreto do governador.
Enfático nas críticas contra o decreto “exorbitante”, o deputado Raimundo Ribeiro (PPS), um dos autores das proposições aprovadas, disse que o governador Rollemberg deveria “agradecer aos deputados distritais por terem corrigido mais uma besteira que ele fez”.
Também o distrital Chico Vigilante (PT) utilizou o mesmo argumento de Ribeiro para lembrar que o governador teria desrespeitado o direito de greve e de livre organização dos servidores públicos.