RENATO RIELLA
Já disse aqui muitas vezes que os governadores e a presidente Dilma são masoquistas, pois gastam mais de R$ 100 bilhões com uma Copa do Mundo e só tomam pau da imprensa. Só sai notícia negativa, reclamação, denuncia, especulação, brigas, etc.
Uma exceção – talvez a única – foi o jogo-teste Brasília x Brasiliense, no Estádio Garrincha, que terminou bem e mereceu elogios exagerados da Globo.
Agora, teremos Santos x Flamengo – e a crise de masoquismo volta a atacar. É só problema, reclamação, dúvidas e medo.
Falei com a jornalista Samantha Sallum, que coordena a comunicação da Copa em Brasília, e ela explicou que o mando do jogo é do Santos. A diretoria desse time assumiu toda a questão dos ingressos, cabendo a ela explicar esses incidentes que dominam o noticiário nos últimos dias.
O Santos contratou uma empresa “especializada” em venda de ingressos e instalou o caos nas torcidas. A solução tecnológica seria ótima se bem aplicada. No entanto, quem comprou os ingressos caríssimos pela internet tem grande dificuldade para recebê-los.
São esperas de quatro a cinco horas. Como os torcedores querem ver os seus times e querem também conhecer o novo estádio (fantástico!), vale o sacrifício, mas nada impede que reclamem.
E já existe grande medo do que pode acontecer na entrada do estádio. Se a empresa “especializada” apanhou na venda dos ingressos, feita em quatro ou cinco dias, imagine em duas horas de atividades na bilheteria!
EVASÃO DE RENDA EM JOGOS
É CRIME COMUM NO DF
Vale a pena explicar que o Santos é gato escaldado. O DF tem a péssima fama de roubar rendas de times que vêm de fora. Métodos diferenciados são usados pela máfia do futebol local para ganhar dinheiro desonesto. Um dos meios utilizados, até em partidas locais, é vender o mesmo ingresso duas ou três vezes. É difícil de acreditar, mas acontece.
Com a terceirização, usando meios eletrônicos, o Santos espera evitar essas roubalheiras, mas talvez a segurança foi tamanha, que deu um nó na torcida.
O presidente da Federação Brasiliense de Futebol, Jozafá Dantas, ocupa o cargo há três meses e tenta lutar contra a máfia da bilheteria dos estádios. Nesse caso, do jogo de domingo, ele acredita que os mais de 60 mil torcedores presentes realmente deverão ser computados.
Houve jogo no Bezerrão, por exemplo, onde visivelmente eram constatados quase 20 mil espectadores e, na hora da divulgação da renda, só apareciam dez mil.
Jozafá torce para que haja renda superior a R$ 4 milhões neste domingo, até porque a Federação Brasiliense, por lei, recebe 10% desse valor, o que daria cerca de R$ 400 mil.
Futebol é isso. Trata-se de um negócio, que envolve cifras milionárias. O DF, tendo um estádio sensacional, pode fazer dinheiro em atividades diversas, mas precisa profissionalizar melhor todas as fases.