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jan 21 2017

FUTURO DA LAVA-JATO É INCÓGNITA

MAGNO MARTINS (Do Blog do Magno)

A morte do ministro Teori Zavascki, num acidente aéreo em Paraty, deixou todo mundo apreensivo. Na condição de relator, ninguém conhecia de operação Lava Jato mais do que ele, que estava prestes a tomar decisões que levariam os primeiros políticos com foro privilegiado à prisão.

Teori morre no momento em que entrava na fase final de análise dos cerca de 800 depoimentos prestados por 77 executivos da Odebrecht, inclusive Marcelo Odebrecht, preso em Curitiba, no maior e mais importante acordo de delação premiada feito na operação.

Por ser a maior empreiteira envolvida no esquema de corrupção, com ramificações no exterior, esses testemunhos são vitais para esclarecer o esquema e sua vinculação com petistas e peemedebistas.

Principalmente, diga-se de passagem, com possíveis estilhaços sobre o oposicionista PSDB, o PP e outros partidos.

O caso interessa inclusive a países latino-americanos em que a Odebrecht recebeu ajuda de Lula para ganhar concorrências, também lubrificadas por propinas. Acusações de corrupção contra Lula devem ganhar forma com essas delações.

O mesmo ocorre na questão do financiamento ilegal das campanhas políticas de Dilma Rousseff.

É por tudo isso — e mais o que se perde sem a capacidade do ministro de tomar decisões sempre sustentadas em cortantes argumentos técnicos, num processo de profundas implicações político-eleitorais como este — que a Lava-Jato se torna a grande perdedora com a morte de Teori Zavascki.

É prioritário, portanto, na substituição de Teori na relatoria do caso, que a mesma linha de trabalho do ministro seja preservada. Por isso, de imediato, precisa ser afastada pela presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, e seus pares a possibilidade de o novo relator ser escolhido por sorteio.

Não se pode jogar na roleta da sorte ou do azar assunto tão importante, com sérias implicações para o País.

 

CAIXA PRETA– O gravador de voz do avião que caiu e matou o ministro Teori Zavascki, recuperado ontem pela FAB, pode ser fundamental para esclarecer o que provocou a queda.

O equipamento registra os diálogos do piloto na cabine do avião, seja com outros passageiros ou com o controle de tráfego aéreo.

O aparelho passará por perícia em Brasília para que os investigadores descubram se ele estava ligado e registrou conversas durante o voo.

A análise será em um laboratório na sede do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).

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