RENATO RIELLA
Não dá para subestimar: os gastos de brasileiros em viagem ao exterior chegaram a US$ 2,116 bilhões, em abril, o maior resultado para o mês na série histórica do Banco Central (BC), iniciada em 1969. No mesmo mês do ano passado, essas despesas ficaram em US$ 1,809 bilhão.
De janeiro a abril, os brasileiros deixaram no exterior US$ 8,137 bilhões, contra US$ 7,189 bilhões, em igual período de 2012.
Os estrangeiros em viagem ao Brasil geraram receitas de US$ 583 milhões, em abril, contra US$ 557 milhões no mesmo mês de 2012. Nos quatro meses do ano, foram registrados US$ 2,5 bilhões, resultado praticamente estável em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado (US$ 2,477 bilhões).
Com esses resultados, o saldo da conta de viagens internacionais fechou abril negativo em US$ 1,533 bilhão. Nos quatro meses, o déficit ficou em US$ 5,637 bilhões, de acordo com dados do Banco Central.
São dados assustadores, que refletem somente parte da realidade, pois milhares de brasileiros levam ao exterior dólares não contabilizados. E outros milhares trazem grande quantidade de compras não computadas pela Receita Federal.
É uma verdadeira sangria. Quem tem muito dinheiro não abrirá mão de gastar no exterior. Mas cabe ao governo cercar-se de medidas que protejam o interesse do Brasil. Está fácil demais. Não adianta apelar para a consciência de ninguém. Na relação de contribuinte com o fisco, em qualquer país, a única consciência que funciona é a penalização do bolso.
Em algum momento próximo a presidente Dilma Rousseff vai acordar para este problema. Mas aí já será tarde.