Greve aqui, greve acolá, mas o governador Rodrigo Rollemberg resolveu enfrentar a situação, informando que só poderá pagar reajustes salariais dentro de um ano. Portanto, ninguém espere mais do que isso.
O calendário para a retomada da concessão de aumentos começa em 1º de outubro de 2016 e atenderá 32 categorias profissionais. “Assumimos o compromisso no esforço de garantir segurança aos servidores e um ambiente de tranquilidade”, afirmou o governador, numa declaração difícil de se entender diante do momento grevista que Brasília vive.
Os pagamentos serão feitos sem retroativos. “Não implementamos os reajustes pela total impossibilidade de fazê-lo”, esclareceu o governador.
Os reajustes foram autorizados em 2013 pela Governo Agnelo, sem o devido planejamento orçamentário, segundo denuncia o governo atual. Com a crise financeira, os pagamentos foram adiados.
“Assumimos o governo com atraso nos salários, nas horas extras e nas férias”, lembrou Rollemberg.
O governador reforçou medidas do governo para cumprir com a Lei de Responsabilidade Fiscal — que teve o limite máximo excedido em setembro —, como a redução de cargos comissionados e a reestruturação das secretarias de Estado de 38 para 17.
“Desde o início do ano, tivemos uma economia de R$ 1 bilhão no custeio da máquina pública”, afirmou.
Para que o cronograma de pagamentos seja cumprido, um conjunto de 11 projetos de lei precisa passar pela Câmara Legislativa. Seis deles já foram protocolados na Casa no esforço de aumentar a arrecadação e diminuir os efeitos da crise fiscal vivida pelo Executivo.
Outros cinco serão enviados à Câmara até a próxima semana. Entre as propostas que serão enviadas estão a que trata da venda de imóveis, a da cobrança pelo uso de áreas públicas, do reajuste do Imposto Sobre Serviço de Cartórios, da cobrança administrativa de créditos da dívida ativa e da equiparação da taxa de licenciamento de veículos do DF com as demais unidades da Federação.
Quanto às greves, umas foram suspensas, outras prosseguem e novas podem acontecer. São tempos difíceis em Brasília.