RENATO RIELLA
Em 2010, o então governador José Roberto Arruda e o seu secretário Weligton Moraes foram presos porque tentaram influir nas investigações da Caixa de Pandora. Não há juiz que suporte esse tipo de ação.
Eis a razão da prisão ocorrida ontem do empresário Paulo Octávio. Gravação telefônica feita pela Polícia e incluída na Operação Átrio complica a vida dele. Paulo Octávio falou de forma imprudente com o então administrador de Taguatinga, Carlos Jales.
Esta gravação, relativa ao Shopping JK, foi feita em novembro de 2013 e tem o seguinte teor:
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Carlos Jales: A mulher mandou pegar seu processo lá na administração [regional de Taguatinga] agora.
Paulo Octavio: Mas não entrega, ué.
Carlos Jales: Uai, tem que entregar, ela está lá. Está levando tudo para o Ministério Público.
Paulo Octavio: Não, você não pode fazer isso. Como é que você vai agora aprovar o projeto?
Carlos Jales: Pois é. Como é que eu faço para brecar uma promotora?
Paulo Octavio: Você não entrega, ué.
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A seguir, o ex-governador afirma que vai abrir o shopping de qualquer jeito.
Paulo Octavio: Eu vou inaugurar daqui a 30 dias, chova ou faça sol, certo? Então, fizemos tudo do melhor e do possível. Uma arquitetura maravilhosa. Botamos R$ 350 milhões em Taguatinga.