ROBERTO ALTENHOFEN (Da consultoria Empiricus)
O primeiro ministro grego Alexis Tsipras é rápido como uma flecha:
“Demos muitos passos. Estamos na reta final para um acordo positivo.”
Foi o que falou ontem, a torto e a direito, incitando um clima mais ameno nos mercados.
Hoje seus credores negam a informação. Christine Lagarde, volante do FMI, reforça a barreira: “não podemos dizer que já chegamos a resultados substanciais na direção de um acordo”.
Poxa, mas não foi justamente o que Tsipras disse?
Se o mercado pode tirar alguma lição disso é que não dá para confiar no primeiro ministro grego.
O mercado aprendeu a lição? Duvido.
Tsipras ainda pode conseguir driblar o mercado, mas dificilmente driblará os credores. Seu saldo é extremamente negativo. Tem 20 dias para pagar US$ 1,6 bilhão ao FMI.
Todos sabem que ele é incapaz de levantar esses recursos. Hoje, a Grécia tem cerca de 90 milhões de euros em caixa. Menos do que o J. Hawilla.
Se não combinar direito com os zagueiros, a Grécia pode se despedir da Liga Europeia.