RENATO RIELLA
Sempre levanto muito cedo. Acordei às 6h. Estou sozinho em casa (família viajando).
Coloquei o celular para dar carga. Botei um chá para cozinhar. Daqui a pouco vou correr no Parque da Cidade.
Abri a porta do quintal e vi que o sol ainda estava forte. Recolhi um abacate que havia caído do pé: “Mundo doido! Abacate em agosto?”
Peguei a xícara de chá e fui andando, ver se algum jornal havia sido entregue pelos motoboys. Nada!
Voltei à cozinha. Deixei a xícara vazia e conferi o relógio: 6h30. “Pôxa! Os jornais hoje estão atrasados”.
Fui para o escritório. Na passagem pela sala, vi que o sol estava mais fraco. Deve ser alguma nuvem.
Fiquei meia hora fechado, no computador. De repente, ouvi um barulho. O entregador jogou a Veja por baixo da porta.
Decidi ir lá fora, ver se havia chegado algum jornal. Mas, meu Deus! O que está acontecendo?
Às 7h da manhã, o mundo parecia sob um eclipse. O céu estava escuro, as luzes dos postes acesas. Pânico! Estou vivendo um domingo no qual as horas correm ao contrário?
Fui para o quintal. Realmente era noite quase fechada. Corri em direção ao celular, para falar com alguém – pedir socorro. O tempo pirou!
De repente, vi que o telefone marcava, em números bem ampliados, a hora de 19h10. Até o celular enlouqueceu!
Sentei num sofá estratégico e fiquei pensando, assustado. Foi então que caí na realidade. Devo ter dormido na tarde do sábado e estou acordado pensando que já é o domingo. Ainda é sábado, cara!
Tive um mês de agosto duríssimo. Estou morto de cansado. Mas é assustador perder a noção de realidade. É monstruoso sentir que as horas estão correndo ao contrário.
A vantagem é que ganhei um dia na vida. E logo um domingo!
Amanhã cedo vou mesmo para o Parque. E neste resto de sábado espero escrever muitas maluquices.
Mas não me falem do Alemão, não! Basta o 7×1!