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jul 13 2013

HISTORINHA REAL

RENATO RIELLA

Desculpem, mas meu nível de respostas anda baixo. Nunca esteve tão baixo nos mais de 60 últimos anos. Logo eu, que tinha explicação pra tudo na ponta da língua (minha neta, Cecilinha, de cinco anos, felizmente ainda mantém essa garra de afirmar e afirmar, sem pestanejar nem mudar de rumo).

O certo é que fui à loja da Claro do Lago Sul, onde fiquei duas horas em procedimentos diversos – lentos. Quando parei, um garoto mulato de 12 anos disse que estava de olho no carro (mentalmente, falei: “Vá se ferrar!”) Voltei uma vez para buscar documento – e ele ali…

Às 19h, ia embora para a minha confortável casa. Sentei ao volante e separei R$ 2,00 para o chato. Aí percebi: 12 anos, magro, de calça comprida e camisa polo velhas. Permanecia ao lado do meu Fit Honda, de braços cruzados e ombro levantado – com frio.

Pensei rápido. Pus no bolso uma nota de R$ 20,00 e saltei. De pé, perguntei com voz firme: “Oi, cara, quando você quer para ir agora mesmo pra casa?”

Ele cresceu dentro dos braços cruzados, deu um passo para frente e respondeu firme: “R$ 20,00”.  Calculou muito bem!

Negociação fechada, honestíssima, paguei e fui embora. Antes, conferi se o carinha ia cumprir a parte dele no acordo. Pra que tipo de casa ele foi?

Depois disso, mais do que nunca, fiquei sem saber onde estou.

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