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fev 11 2013

Hosana nas alturas? O que significa isso?

RENATO RIELLA

 

Seria grandioso se o sucessor de Bento XVI fosse um Papa brasileiro, o que pegaria muito bem no Rio de Janeiro, em julho, quando será realizada a Jornada da Juventude, com milhões de participantes de diversos países. Mas sabemos que isso é quase impossível. É pedir demais aos cardeais retrógrados. Eles preferem manter a Igreja Católica sequestrada no Vaticano, sem condições de competir com igrejas ditas evangélicas,  de fundo de quintal – principalmente no Brasil.

Seja quem for, o novo Papa precisará abrir a mente para a modernidade. Cadê a Igreja Católica no Facebook ou no Twitter? Os espíritas, por exemplo, são meus amigos no Facebook, enviando mensagens selecionadas, bastante convincentes. Evangélicos diversos me cercam nos novos meios de comunicação, alguns de forma desagradável, mas muitos deles com comunicações inteligentes, produzidas num tom aceitável.

A Igreja Católica vive encastelada em missas que raramente nos repassam bem a mensagem absurdamente comunicativa de Jesus Cristo. Se a gente, cada um de nós, não reagisse, até hoje eles estariam nos empurrando um latim cavernoso, da época dos dinossauros. A fé tem resistido a todos os esforços de padres, bispos e cardeais para nos expulsar em direção a outras crenças ou até à falta de crença.

Isso sem falar nos milhares de casos de pedofilia e de desvios sexuais que vêm ocupando espaço na mídia, sem que a cúpula da Igreja estabeleça publicamente, com compromissos claros, uma política de preservação dos inocentes em todas as paróquias do mundo.

 

DESVIOS SEXUAIS PODEM

MESMO SER EVITADOS

É preciso que o novo Papa nos garanta que nunca mais haverá um só caso no mundo de desvio sexual de sacerdotes. Isso é impossível? Impossível mesmo é a gente imaginar que os manda-chuvas da Igreja não percebam esta necessidade imperiosa de dar segurança às famílias que frequentam os templos católicos.

Tenho ligação histórica com os católicos, não só pela origem familiar, mas também porque estudei durante sete anos nos Maristas de Salvador.  Basta que o novo Papa estude essa congregação e veja que os irmãos maristas, em mais de um século de atividades, lidando com crianças e adolescentes de todo o mundo, não se envolvem em escândalos. A fórmula dos irmãos maristas precisa ser estudada pelos padres, para ser adotada nas paróquias do mundo todo.

É possível produzir uma Igreja Católica diferente. O Papa a ser empossado este ano poderia começar a renovação pensando em admitir o casamento dos padres. No mundo atual, com tanta aproximação física entre homens e mulheres, é muito difícil a um sacerdote jovem não se render aos apelos do sexo. Não dá para adiar essa discussão, que pode ser vital para a sobrevivência dessa Igreja atrasada que tem o Vaticano como sede.

A propósito, o Vaticano começa até a reconhecer a existência dos gays. Aliás, eles existem dentro da própria Igreja, que finge não vê-los, há séculos e séculos.

Dito tudo isso, vem o mais importante. Se a Igreja Católica não adotar uma linguagem de comunicação moderna, completa, tecnológica, didática, será engolida por movimentos cristãos diversos. No Brasil, ainda há o crescimento do Espiritismo, que desponta como grande braço da fé e da caridade, emocionando quem acompanha o trabalho desse pessoal.

Vou à missa de vez em quando. Na saída, pergunto a um ou outro o que significa a expressão Hosana nas Alturas. Ninguém sabe – e ninguém nunca tentou nos explicar.

Cristo mostrou suas chagas a Tomé para que este acreditasse na sua ressurreição. A Igreja precisa fazer algo semelhante com cada um de nós. Não dá para a gente se engajar em algo que não entendemos. Os velhinhos do Vaticano sentem-se tão superiores que fazem o maior esforço para nos manter afastados da verdade. De qualquer verdade. Precisam acordar  ou então devem pendurar as chuteiras, como fez o apagado Bento XVI. Tchau!

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