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mar 04 2021

Hospital de Base faz cirurgia inédita para tratar hanseníase

Um procedimento a partir de células-tronco para recuperar lesões graves, realizado no Hospital de Base, mostrou excelentes resultados no tratamento de uma paciente com hanseníase. É o que constataram os cirurgiões plásticos Márcia Moreira e Pedro Brandão, após avaliarem a recuperação de Cleuza de Oliveira, 56 anos.

De acordo com a médica, as células-tronco possibilitaram uma adesão muito boa do enxerto de pele feito na paciente para tapar os ferimentos e aceleraram a cicatrização do tecido. “Conseguimos obter melhor qualidade estética da ferida e mais elasticidade da pele, dando um ar mais natural a ela”, relata Márcia.

O procedimento ocorreu em setembro do ano passado e foi inédito no hospital. Para a extração das células diferenciadas, o HB teve a ajuda da empresa brasileira DMC, que disponibilizou aparelhos avançados para realizar a técnica, chamada de One Step. Pelo método, os profissionais conseguem retirar, com a gordura da paciente, as células-tronco, por meio de uma lipoaspiração a laser.

“Com a emissão de luz, é possível extrair uma solução mais concentrada com células-tronco, o que garante um melhor resultado no momento da aplicação do enxerto”, explica a cirurgiã Márcia Moreira.

A obtenção completa das células-tronco só é possível pela técnica de centrifugação. “Por meio da centrifugação, separa-se a gordura das células-tronco”, esclarece a especialista.

Com o material puro em mãos, os médicos conseguiram injetá-lo nas bordas do ferimento de Cleuza. Já a gordura aspirada foi passada por cima da ferida. “Esse tecido adiposo serve como um curativo biológico”, esclarece Márcia. Para finalizar, a equipe encobriu a lesão com um curativo a vácuo, como forma de impedir a exposição do local.

Em um segundo momento cirúrgico 15 dias depois, a mesma equipe, composta por dois cirurgiões plásticos, um anestesista e uma instrumentadora, aplicou um enxerto de pele, retirado da coxa de Cleuza. “Depois da aplicação, a gente percebeu, ao longo da cicatrização, que o procedimento foi mais eficaz do que quando feito sem alta concentração de células-tronco”, aponta Márcia.

Cada cirurgia durou, em média, duas horas e meia, e os gastos estimados das duas intervenções, totalmente gratuitas para a paciente, foram de R$ 60 mil.

Depois da rápida cicatrização após as cirurgias, a manicure Cleuza conseguiu retomar as atividades e, hoje, valoriza cada cicatriz em seu corpo. “Elas são reflexo da minha luta e da sorte que tive em receber um atendimento tão cuidadoso e de excelência”, agradece.

Com informações de Agência Brasília

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