“Os resultados reafirmam o papel estratégico do consumo das famílias brasileiras no fortalecimento da economia. Os desafios existem, mas o potencial de crescimento do comércio de bens e serviços é inegável e precisa ser fomentado”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.
A ICF é baseada em questionário aplicado a 18 mil brasileiros e analisa sete indicadores que refletem a satisfação do consumidor. A maioria dos componentes registrou alta, com exceção dos indicadores que medem a satisfação das pessoas em relação ao Emprego Atual, à Renda Atual e ao Acesso ao Crédito, sendo este último o que apresentou maior redução (-0,8%). Em contraste, o indicador que apura a satisfação dos consumidores em relação ao Momento para o Consumo de Bens Duráveis avançou 1,0%.
“O acesso ao crédito continua sendo um ponto sensível. O aumento dos juros impacta o consumo, por causa da importância do crédito para o aquecimento do comércio. Para mitigar esse efeito, os comerciantes têm oferecido mais incentivos, como prazos e descontos, para o consumo de bens de maior valor agregado”, reforça o economista da CNC João Marcelo Costa.
Apesar da leve queda do Emprego Atual (-0,3%), ele permanece como o subindicador mais bem avaliado da ICF, com 126,3 pontos. Isso demonstra que os consumidores estão confiantes no mercado de trabalho, mesmo com a desaceleração da geração de empregos formais. Para os próximos meses, a avaliação dos brasileiros sobre sua Perspectiva Profissional segue em alta (+0,3%), o que demonstra esperança das famílias em melhores condições econômicas.
Um dado que chama a atenção é a diferença acentuada de satisfação com o mercado de trabalho entre os gêneros. No que diz respeito à Perspectiva Profissional, as mulheres registraram redução de 4,1%, contra a de 2% dos homens.
“A diferença entre homens e mulheres pode estar relacionada a fatores estruturais do mercado de trabalho e ao papel que elas desempenham na economia doméstica. Historicamente, as mulheres enfrentam desafios adicionais, o que pode intensificar a cautela diante de um cenário econômico mais desafiador”, analisa Costa. O economista acrescenta que, como boa parte das famílias brasileiras têm as mulheres como principais provedoras, é natural que elas adotem uma postura mais prudente.
Fonte: CNC
