«

»

maio 08 2013

JOE VAI DEBATER OS PARQUES. E O PARQUE DA CIDADE, ONDE FICA?

 RENATO RIELLA

 O distrital Joe Valle (PSB), que preside a Comissão de Fiscalização da Câmara Legislativa, realizará audiência pública no dia 10 de maio (sexta-feira), às 15h, no plenário da CLDF, para discutir a situação dos 68 parques e 21 unidades de conservação do DF e para debater o “Programa Brasília, Cidade Parque”, do GDF.

Parece ótimo e faz parte do perfil de Joe Valle, um deputado de grande valor, dedicado à questão ambiental. Só como informação, ele é reconhecido como um dos maiores especialistas do mundo em agricultura orgânica (embora subaproveitado).

No entanto, nesse caso, tanto politicamente, como administrativamente, Joe Valle perdeu o foco. Ele deveria começar fazendo um debate intenso, profundo, crítico, de sangrar, sobre o Parque da Cidade. Não vale a pena querer salvar o mundo numa tarde de sexta-feira!

O deputado deveria começar por esse tema (Parque da Cidade de Brasília), até mesmo porque, como político, depende do voto de 500 mil eleitores que passam todo mês por esse espaço paradisíaco de quase 40 anos, que vive e sempre viveu abandonado.

Focando tão amplamente, os debatedores vão trabalhar com estatísticas. Posso adiantar que, entre os 68 parques do DF, há alguns já instalados, há outros instalados e sem quase nada, há determinado número só com cerca, e há mais alguns só no papel. Etc.

E assim, Joe Valle e todos os distritais ficam nos devendo uma discussão prática sobre o Parque da Cidade, onde os banheiros vivem com cadeado, não existe papel higiênico, as poucas barracas existentes não têm padrão (nem legalização), falta um mini-shopping onde a gente possa comprar protetor solar, papel higiênico, boné, camiseta, meia, sabonete, absorvente íntimo (já vi mulher sofrer grave constrangimento ao ter hemorragia em plena caminhada), etc.

Quem sofre pequeno acidente no Parque da Cidade fica ferrado, pois não há qualquer (nenhuma, mínima) estrutura de socorro. E quem sofrer um acidente grave vai morrer e talvez seja enterrado por lá mesmo, pois não há nem como remover o cadáver.

O Parque resume-se a uma pista asfáltica velha, onde mais de cem mil eleitores se encontram no fim de semana, felizes com o que têm, sem pensar que teriam direito a muito mais. E os políticos quase nunca aparecem por lá, com medo de serem vaiados ou cobrados.  

Não defendo a prevatização do Parque. Esta é uma outra discussão, embora a privatização parcial, legalizada e democrática, seja necessária. Defendo que o governo e a sociedade criem um projeto inteligente para o Parque da Cidade de Brasília, que inclusive pode ser um espaço auto-sustentável. Basta inteligência e conhecimento!

 

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode usar estas tags e atributos HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*