«

»

jul 12 2018

Joe Valle é mesmo candidato ao Senado, distante de Rollemberg

ORLANDO PONTES (Brasília Capital)

Nesta entrevista com o presidente da Câmara Legislativa, poucas coisas parecem conclusivas.

Uma delas é a candidatura dele ao Senado. Não será candidato ao Governo do DF “por questões pessoais e familiares”.

Quanto ao mais, há muitas indefinições em relação a possíveis coligações com partidos como o PT.

 

A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA

As candidaturas do PDT são um contraponto ao governo Rollemberg?

De forma alguma. Na realidade, são uma construção na busca de uma harmonização do partido.

Por que o senhor desistiu de disputar o governo?

– Isto foi em função de problema pessoal, estritamente pessoal e familiar, apesar de o partido ter dado todas as condições e apoiado bastante. A gente então vem para ajudar nesse processo, com o lançamento de uma candidatura própria para compor com nossa nominata para deputado federal e distrital.

Neste caso, o senhor sairá candidato ao Senado?

– A gente também quis compor todo o processo. Acho que o importante é ajudar a governar essa cidade. E a oportunidade desse trabalho foi dada num determinado momento quando participamos do governo. Mas o governo não teve essa receptividade com o PDT nem conosco. A gente não teve a oportunidade de dar a nossa contribuição.

Portanto, houve o rompimento e agora uma candidatura para fazer o contraponto ao governo…

– Nesse sentido, a gente realmente tem um projeto para cidade. E esse projeto foi colocado partidariamente. A gente quer compor para ajustar com os nossos quadros no sentido de fazer um governo à altura da Capital da República, que é a maior realização dos brasileiros.

Como se chegou ao nome de Peniel Pacheco?

– O nome do Peniel vinha sendo discutido na executiva, já foi colocado e a gente pretende realmente apresentar todas as nossas propostas e as propostas do PDT para o eleitor e para a cidade para serem analisadas e, se for o caso, escolher o PDT como a opção para governar a cidade.

Com quais partidos o PDT admite se coligar

– A gente tem conversado com muitos partidos, mas acho que ainda não há definição na cidade. A gente gostaria de compartilhar nossas propostas e aqueles partidos que se acharem à vontade, que compartilharem com essa questão progressista, humanista, mas também ligados a um modelo de cidade que possa dar liberdade e condição das pessoas decidirem seus rumos coletivamente. A gente tem o maior prazer de sentar e negociar as nossas relações e as nossas interações no intuito sempre de melhoria de qualidade de vida da cidade de uma forma mais republicana.

O PDT apoiou Rollemberg e hoje está rompido com o governo. Há alguma possibilidade de reaproximação?

– Na questão do Rollemberg, juntamente com os senadores Reguffe e Cristovam Buarque, que na época eram do PDT, fomos apoiadores de primeira ordem. Mas depois de um certo tempo houve uma incompatibilidade por não concordarmos com o programa que estava sendo tratado e trilhado.

Mas o senhor era tratado como um supersecretário…

– Na verdade, a gente se propôs a governar juntos. Partidariamente a decisão foi tomada. Eu fui o único deputado que foi ao governo e se colocou à disposição como um quadro para fazer esse modelo de gestão coletiva e ajudar a governar. Não foi bem entendido. À época o governador não conseguiu nos ouvir e fazer as reuniões necessárias, que pudessem nos dar condição de participar das decisões.

Mas isto não deveria ter sido combinado antes de o senhor assumir o cargo?

– Foi uma questão mais de uma decisão, naquele momento, de um correligionário assumir uma vaga na Câmara Legislativa como suplente e tocar o governo da forma dele, sem ouvir os partidos que estavam em volta. Dez meses depois decidimos sair realmente do governo, porque não tivemos eco e reciprocidade no sentido de poder participar de fato das decisões.

Este foi o único fator que levou o PDT ao rompimento com o Buriti? 

– Especificamente, isso nos levou a sair do governo e fazer o rompimento, baseado no programa que foi apresentado à população e que não estava sendo seguido. Nós demos as razões, demos o prazo. E esse prazo para cumprir pelo menos 50% das opções não foi cumprido. A partir daí a gente não viu como mais ficar colaborando com o governo, já que tínhamos outras propostas. Até porque foi o momento em que teve a eleição para a mesa da CLDF e eu não fui o candidato apoiado pelo governador, que optou pelo Agaciel Maia. Estranho, pois era um candidato do PR, que tem candidato a governador (Jofran Frejat).

O PDT e o PT, que em todas as eleições passadas no DF tiveram papel importante, não participaram dos primeiros debates deste ano. Mesmo após o lançamento do nome do Peniel Pacheco, o senhor vê alguma possibilidade de aproximação entre os dois partidos?

– Eu acho que nacionalmente é uma questão de discussão. Sempre houve uma aproximação entre PDT e PT nacionalmente. E também com o PSB. Todos esses processos que estão acontecendo, logicamente têm uma dependência nas discussões nacionais, já que o PDT tem um candidato à presidência da República, que é o Ciro Gomes. Essas conversas estão acontecendo nacionalmente, muito em torno de uma construção de proposta para o Brasil. Então a gente está aguardando.

O Haddad pode ser vice do Ciro ou vice-versa?

– Essas conversas já aconteceram, estão acontecendo, e a gente está aguardando. Até porque o nosso presidente nacional (Carlos Luppi) nos pediu que aguardássemos. Já conversamos com ele sobre nossa candidatura própria, mas ele ainda está em uma discussão nacional para fazer os acertos finais, porque a gente tem uma pretensão grande e temos um bom candidato a presidente.

Qual sua mensagem para Brasília como pré-candidato ao Senado?

 – Quero fazer uma construção com a cidade, com pautas bastante importantes: a reforma fiscal, a sustentabilidade – pauta que eu defendo que já está na minha gênesis. Nesse processo, logicamente que está ligada à alimentação produtos orgânicos que está praticamente no meu DNA. Estas são as pautas que a gente quer levar, mas também, logicamente, trazendo um peso de uma representação no Senado para a questão do chão de fábrica do DF. Essa é a lógica que a gente quer defender e propor, e colocar à disposição nosso currículo e nossa folha de serviços para que as pessoas possam ter mais essa opção a escolher, já que são duas vagas.

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode usar estas tags e atributos HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*