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set 27 2024

Juros do cartão de crédito chegaram a 426,9 % ao ano em agosto

Pagamentos com cartões de crédito crescem 42% no primeiro trimestre - Varejo S.A

A taxa média de juros do rotativo do cartão de crédito voltou a desacelerar e chegou a 426,9% ao ano em agosto. O indicador teve queda de 5,3 pontos percentuais em relação a julho, quando o indicador era de 432,2% ao ano, a maior taxa de 2024. A informação consta das Estatísticas Monetárias e de Crédito, divulgadas hoje (27) pelo Banco Central.

Na prática, isso significa que qualquer dívida no cartão de crédito feita há um ano cresce cinco vezes se o consumidor não pagar a fatura no dia do vencimento.

Um consumidor que devia R$ 800 em janeiro do ano passado precisa desembolsar um adicional de R$ 3.415,20 para quitar o saldo devedor com a instituição financeira após um ano, totalizando uma dívida de R$ 4.215,20.

Em dezembro do ano passado, o Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou um limite de 100% para as taxas de juros do rotativo após o Congresso Nacional aprovar uma lei com essa regra.

A decisão entrou em vigor este ano e vale para as dívidas contraídas a partir de janeiro. Sendo assim, com a nova norma, se a dívida for de R$ 200, por exemplo, o valor total, com a cobrança de juros e encargos, não poderá exceder R$ 400.

As taxas de juro apresentadas pelo BC podem sugerir, portanto, que os bancos estejam descumprindo a lei, mas o que acontece é apenas um registro estatístico. Para chegar às taxas anuais, a autoridade monetária extrapola o juro cobrado ao mês pela instituição financeira para o ano.

Essa taxa, porém, nem sempre é efetivada porque, geralmente, são apenas por alguns dias ou semanas que o consumidor fica “pendurado” no cartão, que costuma ter as taxas mais elevadas.

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, explicou que a instituição não pretende descontinuar essa série histórica porque ela ainda serve como referência para mostrar a velocidade de aumento ou redução dos juros e também porque é um dos componentes para se chegar à taxa cobrada pelo sistema como um todo.

O cheque especial, segunda linha de crédito mais cara disponível no mercado, que está embutida na conta-corrente dos brasileiros, acelerou em agosto. Os juros médios chegaram a 134,3% ao ano, 2,7 pontos percentuais a mais do que o registrado em julho.

No cheque especial, uma dívida de R$ 800 mantida por um ano sem pagamento salta para R$ 1.874,40.

Para driblar os índices das modalidades com as maiores taxas de juros do mercado, os consumidores podem aderir ao empréstimo consignado, que oferece desconto direto na folha de pagamento. A taxa da linha de crédito caiu 0,1 ponto percentual e chegou a 23,1%, após se manter no mesmo patamar (23,2% ao ano) por três meses consecutivos.

No consignado, as taxas variam entre os grupos de profissionais, com a menor delas cobrada aos beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), 21,5% ao ano. Para os servidores públicos e trabalhadores do setor privado, as cobranças figuram em, respectivamente, 22,8% e 38,1% ao ano.

Fonte: R7 – Clarissa Lemgruber

Foto: Divulgação

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