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fev 11 2014

Lei antiterrorismo é ameaça de golpe. O Brasil já tem leis demais

RENATO RIELLA

O Brasil precisa tomar cuidado para evitar que a histeria causada pela morte do cinegrafista Santiago Andrade não contribua para o fechamento do regime político.
Já existe grupo de políticos ligados ao governo defendendo que o Projeto da Lei Antiterrorismo (PLS 499/13) seja aprovado o quanto antes.

Em ano eleitoral, essa discussão é perigosíssima, pois simples manifestantes poderão ser vítimas de uma legislação duríssima, a qual, se aprovada, dará ao Estado “direitos” de ditadura.

A atual legislação, se aplicada sem a infinidade de recursos que contamina a nossa Justiça, é suficiente para punir arruaceiros e assassinos infiltrados em manifestações legítimas.

O Brasil não precisa de uma lei contra um terrorismo que não existe de forma organizada no nosso país.

Estamos muito longe da realidade da Rússia e dos seus países vizinhos. Tanto que, em centenas de manifestações ocorridas desde junho do ano passado, a morte do cinegrafista foi a primeira – e mesmo assim acidental, pois ninguém teria a intenção de matar um jornalista (além do mais, seria uma grande burrice).

Os chamados Black Blocs, expressão máxima do “terrorismo” brasileiro, não são movimento organizado. Não têm líderes, nem sede, nem bandeiras, nem agendas organizadas, nem financiamento definido. Não têm nada, a não ser um ódio indefinido.

Os dois envolvidos no caso do cinegrafista não fazem parte do Black Bloc clássico e inclusive se vestiam de forma totalmente diferente dos demais, como se estivessem participando do protesto de forma aleatória.

Chega de lei. O Brasil precisa de autoridade.

As polícias, em todas as grandes capitais, não se antecipam às manifestações e agem inferiorizadas numericamente. No Rio de Janeiro, por exemplo, existe uma lei que dá autoridade ao Estado para prender manifestantes mascarados e para vistoriar todos os participantes dos protestos, em busca de armas.

Nada é feito direito. E o principal erro veio do prefeito Eduardo Paes, que deu aumento de 9% às passagens de ônibus em momento inconveniente. O Rio vai pegar fogo esta semana.

1 comentário

  1. Wílon Wander Lopes

    Pois é, Riella, já temos leis demais, como você disse. e por que falam as autoridades em fazer leis? Porque é mais fácil e dá a impressão de que as autoridades estão agindo. Perguntaria você: e o que é que falta, então? Todo mundo que tem um pingo de vivência já sabe, inclusive as autoridades. O que falta é… tchan, tchan, tchan, tchan: Já foi dito por três vezes neste curto comentário: autoridade. E isso não se faz de uma hora pra outra…

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