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nov 09 2018

MACONHA

ARNALDO BARBOSA BRANDÃO

Dizem que o Canadá liberou a marafa, que o Uruguai também liberou a diamba.

Vocês talvez não saibam, mas o Brasil já liberou o “bagulho” há muito tempo. Basta chegar à beira da praia no Rio que o cheiro do “negócio” invade teu nariz e nem pede licença.

Me lembro que até dava umas cafungadas quando chegava ao boteco em Ipanema, depois pedia um café. Era um fumaceiro composto de tantas ervas misturadas que eu não era capaz de discernir o que era cigarro e o que era maconha e o que era caxinguelê.

Essa história de maconha é antiga no Brasil, tão antiga que os “cabras” de Lampião já usavam e abusavam da “pixoca” e depois saíam dando tiros pra cima, mas ás vezes para os lados e outras na direção de quem passava pelas redondezas.

Tive um vizinho que gostava de puxar uma erva. Um belo dia olhei para sua casa e o que vejo: um imenso pé da coisa bem visível, tão visível que até a polícia, que não vê nada, viu e foi me perguntar que árvore era aquela.

Respondi: está parecendo o quê? Acho que é mamão diz o policial.

Lembro que a primeira vez que fumei o “trembelho” já lá se vão uns 60 anos e foi na periferia do Rio. Imagine como era nos bairros ricos, onde em muitos aptos já rolava solto o pó branco que deixa o cara louco.

Por falar em baseado, lembro de quando trabalhava num laboratório de análises clínicas, desses que atende pelo INSS.

A fila na porta era enorme, o sol quente já deixava todo mundo com cheiro de macaco queimado, que é similar ao cheiro da MariaJuana. Aí entra uma mulher com um pote de delícia ainda sujo de manteiga, onde pretendia botar suas fezes.

Outro cara trouxe a merda naquelas recipientes de kinder ovo. Não sei como conseguiu colocar o cocô ali dentro.

Eu ficava ali naquele ambiente fedorento. O Dr Carlos estava em sua salinha com ar refrigerado e dizia apenas uma frase: ”Esta merda serve” ou então “esta merda não serve”.

Tudo corria do jeito que o diabo gosta, quando entrou uma mulher e perguntou: “É para trazer de casa ou pode fazer aqui mesmo?”

Eu disse aqui mesmo. Ela nem esperou completar a frase. Levantou a saia e despejou um bolo de merda ali mesmo, entremeada com alguns grãos de feijão preto, e outros de milho.

Mandei então que limpasse e jogasse creolina e varresse bem. Havia um banheiro bem ali no corredor. Ela alegou que o banheiro estava fechado.

Aí foi que me lembrei que o banheiro tinha entupido e eu mandei trancá-lo a chave.

Nestas alturas me aparece um cara e me pergunta o que quer dizer “jejum de 12 horas”. De repente chega outro cliente e diz: “Doutor, estou de jejum, mas fumei uns baseados. Será que a merda serve para seu exame?”

Respondi: “Depende do fedor”.

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