O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, teve um encontro reservado hoje (31) com ministros do Tribunal Supremo de Justiça, equivalente ao Supremo Tribunal Federal ( TF) no Brasil. O tema do encontro não foi divulgado.
Depois da reunião, Maduro fez um pronunciamento à imprensa internacional, no qual afirmou ser vítima de uma tentativa de golpe. Ele mencionou que o governo já possui 100% das atas eleitorais e que as apresentará em breve, embora não tenha especificado a data exata.
Maduro também voltou a criticar os Estados Unidos e afirmou que as manifestações ocorridas no dia seguinte à eleição na Venezuela foram criminosas. “Deus está conosco, e as provas desse complô global já apareceram”, afirmou.
Desde domingo, a oposição a Maduro contesta o resultado das eleições e afirma que a vitória do chavista no pleito foi fraudada.
Maduro foi proclamado vencedor das eleições pela Justiça eleitoral venezuelana, controlada pelos seus aliados. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE),o atual presidente recebeu 5,15 milhões de votos (51,2%), após a apuração de 80% das urnas. González Urrutia, principal representante da oposição, recebeu 4,45 milhões de votos (44,2%), segundo o boletim oficial.
No entanto, como não houve divulgação das atas de votação, o anúncio da reeleição foi questionado por países como Estados Unidos, Chile, Peru, Costa Rica, Guatemala, Argentina, Espanha, Uruguai e União Europeia.
O governo brasileiro ainda não reconheceu a vitória contestada de Nicolás Maduro. Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que não há nada “grave” nem “anormal” no processo eleitoral venezuelano e pediu que o CNE publique as atas com as informações das urnas.
De acordo com o Foro Penal, um grupo de ativistas de Direitos Humanos especializado em prisioneiros políticos, pelo menos 132 pessoas foram detidas nas manifestações ocorridas em todo o país até segunda-feira (29). Pelo menos seis pessoas morreram durante os protestos.
Um dos líderes da oposição, Freddy Superlano, foi preso em meio a onda de protestos na Venezuela. Ele é dirigente do partido Voluntad Popular. Nas redes sociais, o partido afirmou que Superlano havia sido sequestrado pelos aliados chavistas de maduro.
“Alertamos a comunidade internacional sobre uma escalada repressiva da ditadura de Nicolás Maduro contra os ativistas da causa democrática, que exigem pacificamente a publicação dos resultados eleitorais que dão ao nosso presidente eleito Edmundo González o título de esmagador vencedor”, escreveu o partido nas redes sociais.
Fonte: R7 – Raul Dias Filho