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nov 22 2017

Maior parte dos brasilienses se diz de cor negra em pesquisa da Codeplan

maioria da população do Distrito Federal se declara negra, de acordo com pesquisa da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) divulgada nesta quarta-feira (22).

O levantamento — com base em dados de 2015 — mostra que a população estimada local naquele ano era de 2.906.298 habitantes. Desses, o contingente de pessoas negras foi calculado em 1.683.606, representando 57,93% do total.

Por outro lado, o padrão de renda tem relação inversa — quanto maior a renda média de determinada localidade, menor a proporção de negros.

“Nosso estudo, infelizmente, ainda mostra dados que confirmam a existência de problemas de desigualdade, exclusão e discriminação”, informou o presidente da companhia, Lucio Rennó, durante apresentação dos números.

57,93%Porcentual da população do DF que se declarou negra em pesquisa da Codeplan

O diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Bruno de Oliveira Cruz, reforçou que, de um mesmo grupo de regiões administrativas, há um diferencial de 20% de renda entre negros e não negros. “Teve uma leve melhora nos últimos anos, mas a gente tem clara uma diferenciação de padrões de escolaridade e renda.”

A pesquisa observa que, nas regiões de renda mais alta — Jardim Botânico, Lago Norte, Lago Sul, Park Way, Plano Piloto e Sudoeste/Octogonal —, a população é formada essencialmente por não negros, que representam 67,19%.

Já nas regiões administrativas de menor poder aquisitivo, como Estrutural, Fercal, Itapoã, Paranoá, Recanto das Emas, Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (SCIA) e Varjão, os negros são maioria: 71,05% dos moradores locais.

Além das questões de renda, a publicação Perfil do Negro no Distrito Federal contém dados de escolaridade, moradia, mercado de trabalho e acesso à internet.

Escolaridade

Enquanto 27,18% dos negros têm o primeiro grau incompleto, entre os não negros este porcentual é menor, de 15,17%.

Apenas 18,99% da população negra a partir de 25 anos tem nível superior completo, incluindo curso de especialização, mestrado e doutorado. Para a população de não negros, essa proporção é de 38,16%, o dobro da de negros.

Mercado de trabalho

Os dados relativos ao mercado de trabalho mostram proporções de inserção ocupacional quantitativa de certa forma equiparadas.

Do total da população negra, 53,53% exerciam atividade remunerada em 2015. Entre os não negros, essa proporção estava bem próxima, no porcentual de 53,56%.

diferenciação é percebida quando se analisam os perfis qualitativos. A concentração de negros nos setores da construção civil (70,80%) e nos serviços domésticos (70,42%) é bem maior do que a de não negros.

Já na administração pública, essa proporção de negros fica abaixo da metade, com 40%. O mesmo ocorre no setor de comunicação, com 39,80% de trabalhadores negros.

Acesso à internet

Um dado novo que o estudo traz é o acesso à internet. De acordo com o diretor Bruno de Oliveira Cruz, quanto maior a idade, o diferencial de acesso aumenta entre pessoas negras e não negras.

De 15 a 29 anos, esse diferencial é menor — 85,32% de negros com acesso à internet e 91,01% de não negros. Entre os idosos a partir de 60 anos, os negros eram 39,58% e os não negros, 53,05%.

O presidente Lucio Rennó explicou que o órgão aproveitou o Mês da Consciência Negra para contribuir com o debate sobre os processos de inclusão dos negros.

Segundo ele, apresentar algo sobre a temática serve para ajudar a pensar políticas públicas que enfrentem esse problema social.

O estudo considera negros a agregação de cor/raça parda/mulata e preta; e não negros, a agregação das cores/raças branca e amarela e os indígenas. Foram excluídas as pessoas que não declaram a cor/raça.

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