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maio 31 2013

MARAJÁS DA REPÚBLICA PERMANECEM MAMANDO E MAMANDO

RENATO RIELLA

Pela lei, ninguém pode ganhar mais do que R$ 28.059,00 no serviço público. Este é o teto do funcionalismo, medido pelo valor do salário pago a um ministro do Supremo Tribunal Federal. Mas isso, na prática, é uma mentira.

Quem mora em Brasília convive com infinidade de casos que contrariam esse princípio, inclusive entre aposentados e até pensionistas. Há gente que tem até três aposentadorias, ganhando mais de R$ 40 mil por mês impunemente.

Agora, sabe-se que uma auditoria sigilosa, recém-aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), identificou 3.390 servidores públicos recebendo acima do teto do funcionalismo, 90% deles na Câmara e no Senado. Mas o número é muito maior do que este.

O TCU fez um pente-fino em fichas financeiras fornecidas por 299 órgãos e entidades da administração pública federal, analisando salários pagos a funcionários da ativa, aposentados e pensionistas entre setembro de 2011 e agosto de 2012.

Lembremo-nos que, na década de 90, o famigerado Fernando Collor elegeu-se presidente num partido nanico, graças à força da campanha que lançou contra os Marajás da República. Mas era mais um dos seus blefes.

De lá para cá, só aumentou o número de servidores que ganham verdadeiras fortunas por mês, não só em Brasília, mas em todo o Brasil, mesmo sabendo que essa prática é ilegal.

Espera-se da presidente Dilma que reaja contra isso, antes que o Brasil vire uma Grécia, um país europeu quebrado e quebrando mais ainda, graças a abusos no serviço público.

Vale registrar que, de forma desonesta, os constituintes de 1988 aprovaram um troço chamado de aposentadoria integral, pelo qual servidores públicos poderiam se aposentar levando para casa a remuneração total da ativa.

Isso gerou e ampliou os Marajás da República, ainda hoje existentes. Por outro lado, milhões de trabalhadores da iniciativa privada, os chamados celetistas, se aposentam pelo INSS atingindo um teto máximo na casa dos R$ 4 mil. É uma discriminação absurda.

Gente que tem mais de R$ 20 mil na carteira profissional, quando se aposenta ganha um quinto desse valor, e não tem a quem reclamar.

Os Marajás geram prejuízos de bilhões ao Brasil. E não estão nem aí.

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