O governador Rodrigo Rollemberg deve anunciar, nas próximas horas, o nome da professora e advogada Karolyne Guimarães, secretária-geral da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Taguatinga para assumir a Administração Regional no lugar de Marlon Costa.
Áreas expressivas da cidade ficaram descontentes, pois consideravam que Marlon estava dinamizando a política na cidade e até se lançava como provável candidato a deputado distrital.
Karolyne será a primeira mulher a administrar a cidade em 59 anos. A indicação decorre de nova composição política no GDF e foi feita pelo deputado federal Ronaldo Fonseca (Pros), de origem evangélica. Ele também apresentou nomes para a Administração de Vicente Pires e para a Secretaria do Trabalho.
A minirreforma no primeiro e segundo escalões do governo tem sido feita ao longo dos últimos três meses para preencher o vazio criado pelos desembarques de PDT, Rede e PSD.
As vagas abertas com as saídas dos antigos aliados têm sido preenchidas por filiados do PSDB, Solidariedade e Pros, além de correligionários do chefe do Executivo.
As últimas trocas, feitas na terça-feira (5), colocaram Antônio Apolinário Rebello, ligado a PCdoB de seu irmão Aldo Rebello, ex-ministro de Dilma Rousseff (PT), na Secretaria de Relações Institucionais. A vaga era ocupada por Igor Tokarski, que foi para a Secretaria de Meio Ambiente.
A ex-secretária de Segurança Pública Márcia de Alencar agora é assessora especial do gabinete de Rollemberg.
Previdência do DF
O uso das reservas do Instituto de Previdência dos servidores do GDF (Iprev), que trouxe fôlego para os cofres distritais, causou desgastes político ao governador.
A série de mudanças nos comissionados do governo começou em setembro, às vésperas da votação do projeto na Câmara Legislativa, com a exoneração de 27 pessoas lotadas em agências do trabalhador e em outras áreas da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Sedestmidh).
As funções eram ocupadas por indicação dos deputados Joe Valle e Reginaldo Veras, ambos do PDT.
O revide do GDF veio em duas parcelas, a última quitada dois dias após o PDT anunciar o desembarque, em 13 de outubro. No total, cerca de 500 cargos foram colocados à disposição de Rollemberg. Destes, 25 eram de filados do PDT.
O subsecretário Dilson Almeida deixou a pasta de Agricultura e Desenvolvimento Rural (Seagri) e Luciana Soares de Holanda foi desligada da chefia de gabinete da Sedestmidh.
A troca no comando da Secretaria de Justiça e Cidadania também teve motivação política. Saiu Arthur Bernardes, do PSD, e, após gestão interina de Guilherme Rocha de Almeida Abreu, entrou o procurador Zélio Maia da Rocha.
A Rede foi impactada com as exonerações da presidente do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Jane Vilas Bôas; do secretário de Meio Ambiente, André Lima; e do administrador do Lago Norte, Marcos Woortman.
O governo local não se utilizou apenas de trocas para retaliar aqueles que não rezaram na cartilha do Buriti ou atrair novos aliados.
Para aproximar a ex-vice-governadora Maria de Lourdes Abadia, Rollemberg criou a Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos, que passou a comandar projetos sociais no Sol Nascente e Pôr do Sol, em Ceilândia, e Vila Buritizinho, em Sobradinho.
Com informações de Gustavo Goes, Brasília Capital