RENATO RIELLA
Falou-se muito que o governador Rodrigo Rollemberg faria um ministério – e não um secretariado. Houve especulação sobre os nomes de ex-ministros, mas no final a equipe de 25 nomes do primeiro escalão não apresentou ninguém em nível ministerial.
São quase todos técnicos, dez deles com atuação como professores, numa média de idade baixíssima: 47,6 anos.
O governador eleito tem 55 anos e vai comandar a equipe mais jovem que já passou pelo Governo do Distrito Federal.
Ele traz alguns nomes de fora para cargos importantíssimos, como Leonardo Colombino, o secretário da Fazenda, que vem do governo de Minas Gerais, onde trabalha desde 2003.
Há uma predominância acadêmica no governo, com muita gente oriunda da Universidade de Brasília. O governador tem direito de fazer esse tipo de experiência, mas a UnB é um reduto fechado, com pouca comunicação com a Brasília real. Vamos ver como se sairá este grupo de elevado currículo e pouca prática.
Podemos imaginar que o secretariado de Rollemberg mereça maior confiabilidade do que uma equipe contaminada pelos vícios da política e pelo desempenho empresarial específico.
No Brasil, costumamos dizer que, se os governos roubarem somente 50%, haverá grande progresso. Diante disso, podemos esperar que o novo governo do DF fique mais imune aos escândalos que abalaram Brasília nas últimas décadas.
A grande dúvida que tenho é se a equipe de Rollemberg terá jogo de cintura para negociar as grandes crises previstas, no confronto direto com servidores, grandes fornecedores de produtos e serviços, além da classe política, que mantém fatias de poder e não pode ser subestimada.
Mas o jogo está posto. Conforme disse o governador eleito, os novos secretários começam desde já a fazer contato com suas interfaces setoriais.
Imagina-se, por exemplo, que o futuro secretário de Mobilidade comece a discutir normalidade nos serviços de transporte coletivo. Da mesma forma, o secretário de Saúde vai mergulhar nos contatos com os fornecedores do seu setor, para que os hospitais não parem.
E o secretário de Educação mergulhará nos problemas dessa área, que envolvem garantia de compromissos salariais e o diagnóstico das condições físicas das escolas.
A equipe tem perfil jovem e terá agilidade e força para enfrentar os problemas que já foram apontados pelo governador. E a população estará rezando para que tudo dê certo, pois Brasília já sofreu demais neste século.
Veja a lista completa com os nomes da nova equipe de governo
Chefe da Casa Civil: Hélio Doyle
Chefe da Casa Militar: Cláudio Ribas
Relações Institucionais e Sociais: Marcos Dantas
Planejamento, Orçamento e Gestão: Leany Lemos
Fazenda: Leonardo Colombini
Gestão Administrativa e Desburocratização: Antônio Paulo Vogel
Justiça e da Cidadania: João Carlos Souto
Educação: Júlio Gregório
Saúde: Ivan Castelli
Segurança Pública e Paz Social: Arthur Trindade
Gestão do Território e Habitação: Thiago de Andrade
Economia e Desenvolvimento Sustentável: Arthur Bernardes
Cultura: Guilherme Reis
Infraestrutura e Serviços Públicos: Júlio Peres
Desenvolvimento Humano e Social: Marcos Pacco
Trabalho e Empreendedorismo: Georges Michel Sobrinho
Mulher, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos: Marise Guebel
Agricultura e Abastecimento: José Guilherme Leal
Mobilidade: Carlos Tomé
Políticas para Crianças, Adolescentes e Jovens: Jane Klebia Reis
Meio Ambiente: André Lima
Ciência, Tecnologia e Inovação: Paulo Salles
Esporte e Lazer: Leila Barros
Turismo: Jaime Recena
Chefe de gabinete do governador: Rômulo Neves