A exposição, com nome Yúrakapu, faz uso de expressão da língua terena que expressa boas-vindas e hospitalidade. A visitação está aberta de sexta a domingo, das 9h às 15h, e segue regras de higiene e segurança, como uso de máscaras, medição de temperatura, com limite de lotação do salão de 20 pessoas por vez.
O MPI, equipamento da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), volta a funcionar de acordo com protocolos de segurança estabelecidos para evitar o contágio com a Covid-19, seguindo rígidas prescrições definidas na Portaria 179, publicada em 16 de setembro pela pasta.
“É um equipamento especialíssimo, pois preserva a memória e os costumes dos nossos povos originários”, ressalta o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues. “Essa reabertura é especialmente um momento de deleite para turistas e brasilienses.”
O público poderá apreciar adornos, plumagens, cordões e tecidos, instrumentos musicais, armas e artefatos de caça, objetos rituais e lúdicos, cerâmicas e utensílios. A mostra reúne arte de cerca de 20 etnias, das pouco mais de duas centenas de povos originários existentes hoje.
O conjunto da exposição é marcado pelo negro das tinturas de jenipapo e babaçu, o vermelho do urucum e o branco da tabatinga, criando a ambiência cromática dos povos originários. O MPI abriga ainda uma instalação, O Bosque das Línguas, que poderá ser apreciada a distância, por trás de um vidro.
“A exposição está dividida por tipos de objetos, com recorte em criatividade”, explica a gerente de acervo da Subsecretaria do Patrimônio Cultural (Supac), Aline Ferrari. “Baseia-se no argumento de Darcy Ribeiro de que essa era uma das principais características do indígena brasileiro, ao lado do culto da diversidade, das capacidades de criar e transformar.”
O trabalho de identificação das peças exibidas contou com o auxílio de estudiosos indígenas, como Elaíde Bento da Silva Guajajara, que ajudou a descrever o saiote utilizado por seu povo. “É um adorno usado cotidianamente e em eventos especiais, como a Festa da Menina Moça e a Festa dos Rapazes, dois dos rituais mais importantes para nós”, relata.
“Nós trabalhamos a vida toda com matérias-primas fornecidas pela natureza. Saber que uma peça que pode ter sido confeccionada pelas mãos de meus avós está exposta no MPI é muito importante para mim.”
Outro representante dos povos originários que ajudou a aprimorar as descrições de peças da exposição é o engenheiro ambiental Oyexiener Paiter Suruí, nativo da etnia Paiter Suruí, de Rondônia. “No meu ponto de vista, a exposição valoriza a nossa história. Relembrar esses acontecimentos ajuda a entender o que é um povo, uma cultura, seus costumes e tantas histórias perdidas”, avalia ele, cujo nome completo significa “homem de poder” em seu idioma, pertencente ao tronco linguístico tupi mondé.
O subsecretário do Patrimônio Cultural, Demétrio Carneiro, destaca: “Trazer à luz o acervo doado por Berta Ribeiro cumpre o papel de recuperar a função do MPI como repositório de trabalhos importantes dos povos originários”.
A equipe da Gerência de Conservação e Restauro da Supac trabalhou na higienização dos objetos que compõem a mostra. “Por ser um acervo etnográfico, as peças foram higienizadas com metodologias específicas, mantendo a autenticidade, conservando e buscando melhorias para a fruição pelo público durante a exposição”, explica o gerente e analista em conservação e restauro da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), Mariah Boelsums.
A Portaria nº 179 regulamenta o funcionamento dos museus de sexta a domingo, por um período de seis horas. O dispositivo legal também especifica que quem faz parte de grupo de risco de infecção pela Covid-19 (pessoas com 60 anos ou mais, cardiopatas, pneumopatas, imunodeprimidos e gestantes de alto risco entre outras condições particulares) pode solicitar por e-mail agendamentos de visita em horários especiais.
Exposição: Yúrakapu
* Local: Memorial dos Povos Indígenas (MPI) – Eixo Monumental Oeste, em frente ao Memorial JK.
* Visitação: de sexta a domingo, das 9h às 15h. Lotação do salão: 20 pessoas. Completada essa marca, será formada uma fila de espera. Uso obrigatório uso de máscara, com medição de temperatura, higienização de álcool gel e utilização de propé em salão acarpetado.
* Agendamento especial: mpi@cultura.df.gov.br