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dez 05 2015

MENSAGEM DE FIM DE ANO PODE SER FATAL. VEJA PORQUE

Estamos na época das perigosíssimas “mensagens de fim de ano”. Normalmente, são peças de baixo gosto, subliteratura de alto grau. E, algumas vezes, produzem erros irremediáveis. Por isso, tomo a liberdade de contar um caso verídico, que servirá de experiência para muitos.

Há alguns anos, fui diretor-executivo de uma grande corporação em Brasília, com mais de mil empregados e unidades em diversas cidades do DF. Atuando junto comigo, havia um diretor técnico com ambições políticas.

A área de Comunicação Social era minha. Inclusive qualquer mensagem de Natal deveria ser aprovada por mim. Mas o companheiro de trabalho queria ter voo eleitoral próprio e, de vez em quando, esquecia essa norma.

Um dia, estávamos seis ou sete pessoas na presidência da entidade, quando chegou um contínuo saltitante distribuindo um documento. Era a Mensagem de Fim de Ano do tal diretor executivo, assinada por ele com caneta preta, grossa, porosa.

Por sorte, fui o primeiro a receber o folheto. Enquanto os outros começavam a apreciar o texto bem composto no Arial 14, em papel timbrado, fiz leitura dinâmica e berrei: “Meu Deus! O cara está nos propondo uma suruba coletiva”.

Rápido, recolhi as Mensagens distribuídas e fui atrás do contínuo, confiscando num solavanco a bolsa de impressos. Depois, corri até o prédio ao lado, onde estava o tal diretor-executivo.

Cheguei até ele passando por cima da secretária minha amiga e fui logo perguntando: “Já distribuiu este comunicado? Precisamos evitar que chegue a qualquer lugar!”

Claro que o carinha perguntou por que. Respondi: “Quando você afirma que precisamos todos nos ‘emprenhar’ no próximo ano, está propondo uma suruba coletiva. Só isso”.

O camarada ficou amarelo, teve dor de barriga, etc, ao ver que, na sua mensagem, o verbo empenhar virou emprenhamento mesmo.

Rapidamente, amontoamos num canto os documentos que iam ser levados por malotes para todas as unidades. Lixo!

E nunca contei esse episódio para ninguém. Preservei do ridículo o tal diretor executivo, que até hoje é meu amigo e nunca mais tentou me atravessar.

Portanto, tome cuidado com a Mensagem de Fim de ano. Pode ser fatal! (RENATO RIELLA)

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