O mercado financeiro elevou, nesta segunda-feira (9), pela oitava vez seguida, a previsão para a inflação em 2015, que praticamente atingiu os dois dígitos (10%).
Segundo o relatório do Banco Central (BC), a expectativa é de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre o ano em 9,99%.
Na última semana, essa expectativa estava em 9,91%. Confirmada essa expectativa, será a maior taxa dos últimos 13 anos.
Na avaliação dos economistas ouvidos na pesquisa do BC, a pressão inflacionária neste ano tem vindo da valorização do dólar e da alta dos preços controlados pelo governo, os chamados preços administrados, como água, energia, telefonia, tarifas de ônibus e combustíveis, por exemplo. Também pesam na aceleração do IPCA a alta de preços no setor de serviços.
Para 2016, o boletim Focus do BC também elevou sua estimativa da inflação de 6,29% para 6,47%, muito perto do limite do teto da meta do governo, de 4,5% tanto para este ano quanto para o próximo. Foi a 14ª alta seguida. O BC já admitira recentemente que não conseguirá cumprir a meta em 2016.
PIB – O mercado financeiro também piorou a expectativa para a economia em 2015. O boletim do BC divulgado aponta uma retração de 3,10% ante 3,05% da última pesquisa, na semana passada. Se confirmada a expectativa, será o pior resultado dos últimos 25 anos.
Para 2016, a queda prevista do PIB pelos economistas ouvidos pelo BC é, agora, de 1,90%. Na última semana, estava em 1,51%.
Se a expectativa se concretizar será a primeira vez que o Brasil terá registrado contração da economia por dois anos seguidos.