É emocionante ver, numa tarde chuvosa de Brasília, centenas de funcionários do Ministério do Trabalho apertando as mãos e dando um abraço imenso no prédio onde trabalham há décadas.
Deveriam ocorrer abraços semelhantes na Petrobras e nos Correios, empresas que sofrerão abalos e choques com a chegada do presidente Bolsonaro.
Mas é importante perguntar aos empregados do Ministério porque não deram abraço impactante quando a Pasta ficou sem ministro durante alguns meses, aguardando a tenebrosa filha do político Roberto Jefferson. Que vergonha!
Por que os servidores não se uniram para denunciar a venda de registros sindicais, ou mesmo os descalabros no setor de tecnologia da informação do Ministério do Trabalho?
Os funcionários deveriam estar envergonhados por terem compactuado com a mudança da Carteira de Trabalho, que antes era emitida no mesmo dia. Hoje demora semanas e às vezes meses, prejudicando criminosamente os desempregados que perseguem alguma vaga.
O mesmo raciocínio vale para os empregados dos Correios, empresa que poderá ser extinta se Bolsonaro tiver coragem de tomar decisão tão radical.
Este pessoal dos Correios não deu um super-abraço nem mesmo para defender o plano de seguridade Postalis, criminosamente roubado pelos governos petistas.
E faltou o abraço dos empregados da Petrobras, que certamente viam bilhões sendo desviados, mas não tiveram coragem de abrir a boca de forma organizada.
Sabemos que as lideranças sindicais eram quase todas comprometidas com o PT, mas poderiam surgir movimentos livres para defender a essência do Ministério do Trabalho, dos Correios e da Petrobras, entre tantas outras instituições saqueadas nos últimos anos.
Agora, provavelmente, é um abraço terminal, abraço de afogados. (RENATO RIELLA)