O Ministério Público do Distrito Federal deflagrou uma operação, na manhã de hoje (10), para investigar supostas fraudes na compra de equipamentos médicos pela Secretaria de Saúde. Ao todo, estão sendo cumpridos mandados judiciais no DF e em três estados:Distrito Federal, Goiás, São Paulo e Rio de Janeiro
Entre os mandados, há seis de busca e apreensão na sede de uma das empresas fornecedoras e na casa do proprietário, em São Bernardo do Campo (SP). Até a última atualização desta reportagem, não havia informações de detidos.
De acordo com a investigação, a operação “não tem total relação com a pandemia do novo coronavírus”, já que as fraudes teriam ocorrido entre os anos de 2009 e 2015.
Segundo o MP, a apuração se originou a partir do compartilhamento judicial de provas obtidas no âmbito da força-tarefa da Lava Jato, no Rio de Janeiro. À época, o processo apontou a existência de um esquema criminoso, no Distrito Federal e em outras unidades da federação, que “vendia” atas de registro de preço cadastradas pelo Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia.
De acordo com os investigadores, servidores públicos da Secretaria de Saúde do DF “viabilizavam a prática das fraudes e permitiam a apropriação ilícita de uma infinidade de recursos públicos pela organização criminosa”. O MP informou que as ações eram coordenadas, sobretudo, pelo ex-secretário de Saúde, Rafael de Aguiar Barbosa.
“Também havia a participação, no esquema criminoso, de funcionários e sócios de outras empresas, por meio de falsas disputas nos procedimentos licitatórios a fim de justificar as fraudadas compras de equipamentos médico-hospitalares.”
A partir da investigação, os promotores identificaram o uso irregular de R$ 123,2 milhões, referentes a 11 processos licitatórios na Secretaria de Estado de Saúde do DF. Os valores teriam sido transferidos para países como Suécia, China, Estados Unidos, França e Polônia.
O MP informou que os pagamentos ocorreram em euro e dólar, efetuados via carta de crédito pela pasta para contas bancárias de empresas pertencentes ao grupo empresarial investigado. “Um sofisticado esquema internacional de lavagem de dinheiro”, disse o Ministério Público.
O nome da operação Gotemburgo faz alusão à cidade de mesmo nome, na Suécia, onde está localizada a sede da empresa investigada, que fabrica camas cirúrgicas.
Os suspeitos devem responder por fraude em licitação, peculato, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro no âmbito dos processos de contratação das empresas
A investigação é coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Com informações de G1