O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a Polícia Federal a prosseguir com as investigações sobre suposto pagamento de propinas por empresas do setor portuário ao presidente Michel Temer.
A solicitação foi enviada a Barroso, relator da investigação, na quinta (28). Como o Supremo entra em recesso hoje, uma decisão a respeito só deve ser tomada em agosto, quando a corte retoma suas atividades. Até lá, a procuradora-geral deverá enviar sua opinião ao ministro.
Barroso destacou que Lopes requereu a prorrogação “em substanciosa petição, na qual descreve o desenvolvimento das investigações conduzidas até aqui – com um volume expressivo de providências já tomadas e um conjunto relevante de informações obtidas”.
O inquérito dos portos foi aberto no ano passado e apura se, em troca de benefícios concedidos pelo governo, empresas do setor pagaram propinas a Temer e seus aliados. Uma das medidas sob suspeita é decreto assinado pelo presidente em maio do ano passado, o qual permitiu que as companhias renovassem suas concessões, inclusive antecipadamente, por até 70 anos.
Trechos da norma foram considerados ilegais pelo TCU (Tribunal de Contas da União) na quarta-feira (27).
Uma das linhas de investigação é de que recursos obtidos ilicitamente tenham beneficiado o presidente por meio de obras na casa de uma de suas filhas, Maristela, em São Paulo. Também apura-se possível desvio de recursos de um contrato da usina de Angra 3, firmado com empresa que tem como sócia a Argeplan, pertencente ao coronel João Batista Lima Filho, amigo do presidente.
Temer e os demais investigados têm negado envolvimento em ilícitos.
Fonte: Folhapress.