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jun 28 2021

Morreu, no Rio de Janeiro, o escritor e jornalista Artur Xexéo, aos 69 anos com câncer

Xexéo foi diagnosticado apenas duas semanas atrás com um linfoma não Hodgkin de células T. Fez a primeira sessão de quimioterapia na quinta-feira e passou mal à noite. Na sexta, teve uma parada cardiorrespiratória, logo revertida.

Mas, em função dela, não resistiu e morreu na noite deste domingo. Artur Xexéo deixa o companheiro, Paulo Severo, com quem foi casado por 30 anos.

Entre os seus livros estão “Janete Clair: a usineira de sonhos”, “O torcedor acidental (crônicas)” e “Hebe, a biografia”. Escreveu ainda, junto com Carlos Heitor Cony e Heródoto Barbeiro, “Liberdade de Expressão”.

Colunista do jornal “O Globo” e comentarista da GloboNews, ele também teve passagens por “Veja” e “Jornal do Brasil”. Desde 2015, participava da transmissão do Oscar na Globo. Também ficou conhecido no rádio. Na CBN, estreou ao lado de Carlos Heitor Cony como comentarista.

“Tudo que eu faço, o que eu edito, o que eu escrevo, é em nome do leitor. Então, eu acho que ele tem o direito de reivindicar, de gostar, de não gostar, de reclamar, de escrever, de se colocar, de se posicionar, eu gosto de participar dessa troca”, afirmou, durante uma das várias entrevistas concedidas ao longo de sua carreira.

Xexéo também foi dramaturgo. Escreveu o musical “A Garota do Biquíni Vermelho” e a peça “Nós sempre teremos Paris”. Traduziu o espetáculo musical “Xanadu”, dirigido por Miguel Falabella, e “Love Story, o musical”, dirigido por Tadeu Aguiar. Foi responsável também pelos musicais “Cartola – o mundo é um moinho” e “Minha Vida Daria Um Bolero”. Em 2019, fez a adaptação do musical “A cor púrpura”.

Um de seus últimos espetáculos escritos foi “Bibi, uma vida em musical”, em homenagem à diva do teatro Bibi Ferreira.

O jornalismo não foi sua primeira opção ao escolher uma faculdade. Mas logo percebeu o caminho que iria trilhar. “Quando eu cheguei na engenharia, eu levei um susto porque não gostava de nada”, contou.

Xexéo começou no “Jornal do Brasil” em 1978 como repórter na sucursal do Rio de Janeiro. Conheceu o jornalista Zuenir Ventura e, em 1982, foi convidado para trabalhar na revista “IstoÉ”. Em 1985, virou subeditor da Revista de Domingo, suplemento cultural do Jornal do Brasil.

Ao se aproximar da cobertura cultural, desenvolveu um estilo de texto leve, que veio a se tornar a marca do jornalista.

“Eu acho que eu passava essa impressão escrevendo, ‘Ah, eu vejo você falando quando eu leio o que você escreve’. E aí, eu comecei a ver as coisas que davam certo. Então, se tivesse mais humor, realmente agradava mais”, contou.

“Acho que o jornalismo vive de surpresas, você bota na primeira página o que surpreende o leitor, você procura a manchete que surpreenda o leitor, não tem nada mais chato que manchete velha, notícia velha na manchete, então eu acho que o desafio é você surpreender todo dia e quanto menos rotina você tiver, mais fácil você surpreender.”

Com informações de G1

Foto: Reprodução/Globonews

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