Morte do cinegrafista entra na conta do prefeito Eduardo Paes

RENATO RIELLA
Morreu o cinegrafista da Band atingido na semana passada no Rio de Janeiro, durante os protestos contra o aumento dos ônibus.

Tenho a tristeza de afirmar que previ isso no dia 31 de janeiro, há nove dias atrás, quando o prefeito Eduardo Paes anunciou que daria aumento de 9% nas tarifas, as quais passariam a custar R$ 3,00.

Na oportunidade, neste BLOG, afirmei: “Aumentar passagem de ônibus no rio é uma burrice criminosa que vai incendiar o Brasil”.

Nas publicações que fiz contra esta majoração das passagens, lembrei que os protestos do ano passado, em junho, começaram quando o prefeito de São Paulo, Haddad, deu aumento de R$ 0,20 às empresas de ônibus. No Rio, é pior: R$ 0,25.

Preveni com muita antecedência que poderia morrer gente. E lembrei que o Brasil se orgulhava de viver, desde junho do ano passado, constantes protestos, sem vítimas fatais. Lamentavelmente, foi morrer logo um cinegrafista, que estava na linha de fogo, entre Black Blocs e policiais militares.

Agora temos Santiago Andrade como mártir de uma guerra maluca. Ele teve hoje a morte cerebral anunciada pelos médicos e poderá deixar efetivamente esta vida a qualquer momento.

Ficou claro que o assassinato partiu de um Black Bloc, que deverá ser preso, pois já foi identificado.

Mas o verdadeiro culpado é o prefeito Eduardo Paes, comprometido com as empresas de ônibus, que decretou um aumento de passagens em momento irresponsável.

O enterro do cinegrafista será momento marcante nesta hora em que o Brasil vive uma guerra de rua. O fato certamente vai gerar grande repercussão no mundo, reabrindo a pergunta: “Imaginem na Copa!”

Mas a coisa não para por aqui. Podem esperar novos protestos nas próximas horas, até com incêndio em ônibus, pois o povo não vai aceitar que as tarifas de um péssimo serviço sejam aumentadas.